Quinta em São Paulo leva Lula de volta ao banco dos réus

Juiz acusa ex-Presidente de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por obras numa propriedade em São Paulo.

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Lula é arguido num total de seis acções penais Reuters

O antigo Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, foi constituído arguido por uma nova acusação no âmbito da operação anti-corrupção Lava Jato.

O juiz Sergio Moro, encarregado daquela operação de investigação a esquemas de corrupção envolvendo a estatal Petrobras, aceitou a acusação do Ministério Público contra Lula da Silva, por uma troca envolvendo obras numa propriedade rural no interior do estado de São Paulo e contratos com a petrolífera brasileira.

As obras no local, uma quinta em Santa Bárbara, no valor de cerca de um milhão de reais (à volta de 275 mil euros), foram feitas pelas empresas de construção Odebrecht, OAS e Schahin. Segundo a acusação, em troca as empresas terão conseguido contratos com a Petrobras.

A propriedade em causa está registada em nome de dois associados do filho de Lula, mas a presença frequente do antigo Presidente no local faz com que o Ministério Público considere que a quinta pertença de facto a Lula.

Há três semanas, o antigo Presidente do Brasil foi condenado pelo mesmo juiz a uma pena de prisão de nove anos e seis meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, num processo referente a obras feitas pela OAS num apartamento triplex na praia do Guarujá, no estado de São Paulo.

A defesa de Lula recorreu da sentença e o antigo Presidente aguarda o resultado em liberdade.

Lula é arguido em seis acções penais no total, no âmbito da Lava Jato e também de processos retirados das operações Zelotes (que expôs um alegado esquema para beneficiar a consultora Marcondes e Mautoni) e Janus (onde Lula foi acusado de favorecer a Odebrecht em Angola).  

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