Observatório conta 69 mortos por afogamento no mar, rios e piscinas

Estrutura criada pela Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores faz balanço semestral. Dados não comparam com os da Autoridade Marítima Nacional.

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VIRGILIO RODRIGUES

Sessenta e nove pessoas morreram afogadas em Portugal desde o início do ano, quase todas em zonas não vigiadas, segundo dados do Observatório do Afogamento, da Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores.

Segundo o Observatório, morreram 69 pessoas afogadas, quase metade no mar e uma em cada quatro em zonas de rio. Os restantes afogamentos ocorreram em rios, poços, tanques de rega, piscinas (particulares ou de hotéis), valas e marinas.

O relatório do primeiro semestre do Observatório do Afogamento regista um total de 62 mortos, quase metade (29 casos) no mar e apenas dois casos foram registados em zonas vigiadas. Um em cada quatro casos (16) foram registados em zonas fluviais. O maior número de casos ocorreu no distrito do Porto (12), seguido de Faro (11) e Lisboa (nove).

Na lista das causas determinadas para o afogamento incluem-se pesca lúdica, tentativa de salvamento, arrastamento por correntes (mar e rio), passeio junto ao mar, embriaguez, queda de carro ao rio ou ritual religioso. Quase metade dos casos não tem causa determinada.
O Observatório do Afogamento foi fundado em 2017 pela Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores para “contabilizar as mortes por afogamento em Portugal, de forma a serem criadas estratégias de prevenção”.

Informação fornecida pela Autoridade Marítima Nacional (AMN) e noticiada pelo PÚBLICO neste fim-de-semana apontava para 26 mortos desde o início do ano. Este balanço, sublinhou então a AMN, só tem em conta os mortos registados apenas na sua área de jurisdição marítima: praias vigiadas e áreas marítimas sem vigilância, bem como algumas áreas fluviais, que se localizam próximo da foz dos rios. As praias fluviais no interior do país, rios, poços, piscinas estão fora da análise da autoridade, ao contrário do que se passa no relatório do observatório, daí a diferençça de números.

A maioria das praias portuguesas iniciou a época balnear durante o mês de Junho, um período que se estende até 15 de Outubro para efeitos da “exploração e funcionamento de concessões de apoio balnear e seus serviços acessórios”, lê-se no relatório do observatório.

Contudo, houve locais onde a época balnear arrancou a 1 de Maio, uma vez que compete às câmaras municipais definir a época balnear em cada praia do seu concelho.

Das 650 áreas balneares, 175 começaram a temporada a 1 de Junho. Foram sobretudo praias do litoral a sul de Lisboa, como são os casos dos concelhos de Almada (que inclui a Costa da Caparica) e quase todos os municípios da costa algarvia, ou a maioria das praias na Região Autónoma da Madeira.

A maior parte das praias — 246 de norte a sul de Portugal continental e nas regiões autónomas — abriu a 15 de Junho.

A época balnear começou durante o mês de Maio para 43 praias, sobretudo em Cascais, Oeiras, ambos no distrito de Lisboa, e Albufeira, no distrito de Faro.

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