Galp fecha primeiro semestre com lucro de 250 milhões

Petrolífera regista melhoria de 1% no resultado líquido com aumento da produção no Brasil. Actividade económica "puxa" pela venda de combustíveis.

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O Brasil é o grande motor de crescimento da Galp Ricardo Campos

O resultado líquido da Galp subiu 1% para 250 milhões de euros no primeiro semestre do ano. As contas divulgadas pela petrolífera nesta segunda-feira ao mercado mostram que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) melhorou 41%, para 892 milhões de euros.

Uma evolução que se explica em larga medida pelo impulso que a operação de exploração e produção no Brasil continua a dar às receitas da Galp. Neste momento, a empresa liderada por Carlos Gomes da Silva tem já sete unidades em produção nas águas brasileiras, mais duas do que no período homólogo de 2016.

No conjunto, a produção total net entitlement – aquela a que a Galp tem direito tendo em conta a sua participação accionista nos projectos e uma vez pagos os impostos em espécie nos Estados das concessões  – aumentou 65% face ao primeiro semestre do ano passado, para 87,2 mil de barris de petróleo equivalente por dia (kboepd).

O aumento deveu-se ao “crescimento da produção proveniente do Brasil”, que ajudou a compensar a quebra de produção em Angola e que, segundo a Galp, só não foi melhor pelo impacto da paragem para manutenção de algumas unidades de produção brasileiras. A empresa explica que na actividade de exploração e produção o EBITDA melhorou 257 milhões de euros, já que o aumento da produção veio acompanhado de um melhor preço médio de venda (de 43,9 dólares por barril em comparação com os 32 dólares de 2016). Ao mesmo tempo, os custos de produção aumentaram 44 milhões, para um total de 125 milhões, pelo facto de haver mais unidades a produzir no Brasil, mas o custo que a Galp tem com a produção de cada barril recuou de 9,3 dólares, para 8,6 dólares.

Combustíveis melhoram, gás natural piora

Quanto à actividade de distribuição e refinação, a Galp obteve um EBITDA de 420 milhões de euros, “suportado pela envolvente de mercado e pela disponibilidade operacional das refinarias” (enquanto no ano passado houve paragens em Sines e Matosinhos, este ano a empresa aumentou em 9% a quantidade de matérias-primas processadas nas suas refinarias de Sines e Matosinhos). A margem de refinação da Galp melhorou para 5,5 dólares por barril, face a 4,3 dólares em 2016.

A comercialização de produtos petrolíferos beneficiou da maior procura no segmento de retalho e no segmento grossista “relacionada com o incremento da actividade económica”.

A Galp também vendeu mais gás natural no primeiro semestre. Tendo em conta o ano pouco chuvoso, houve um “incremento nos volumes vendidos a clientes directos, principalmente no sector electroprodutor”. Além disso, os volumes vendidos no segmento convencional também aumentaram 11%, “na sequência dos maiores volumes vendidos ao segmento industrial”. Em contrapartida, os volumes vendidos nos mercados internacionais caíram 8%.

Como resultado do semestre, o EBITDA piorou em 119 milhões de euros, para 68 milhões. A evolução deve-se aos menores resultados nas vendas de gás natural, mas também porque a Galp deixou de consolidar integralmente nas contas a actividade regulada de distribuição de gás natural (no Verão passado vendeu 22,5% deste negócio à japonesa Marubeni).

O investimento da petrolífera nesta primeira metade do ano caiu 35%, por 411 milhões de euros, um facto que a Galp atribui “ao estado avançado de execução dos projectos Lula/Iracema” no Brasil. No caso da actividade em Portugal, a Galp investiu mais 44 milhões de euros essencialmente em “actividades de manutenção nas refinarias” e no desenvolvimento da rede de distribuição.

No final de Junho, o free cash flow (meios libertos) após o pagamento de dividendos totalizava 73 milhões de euros, sobretudo devido à performance operacional e à diminuição do investimento durante o segundo trimestre de 2017. A dívida líquida da empresa era de 1856 milhões de euros, menos 14 milhões do que os 1870 milhões registados no final de 2016.

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