Melt Banana, Nídia, Endless Boogie e John Maus na rentrée da ZDB

Entre os nomes que actuarão na galeria lisboeta a partir de Setembro estão ainda Luís Severo, Greg Fox e 800 Gondomar.

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Nídia, nome que sobressai entre a música cruzada que a editora Príncipe vem revelando - house-kudurada, tarraxo-psicadélica, invenção rítmica e baile-funk para bailar mesmo

Chega Agosto e vai tudo a banhos viver o esplendor da ensolarada “silly season”. E depois chega Setembro e aquilo a que se chama habitualmente a rentrée, ou seja, a data em que tudo recomeça, em que novo ciclo se inicia – a passagem de ano é só marca no calendário. Pois bem, antes de ir tudo a banhos ou aproveitar todos os festivais, ou ir a banhos nos festivais, podemos começar a apontar o que aí virá quando o ano começar. Podemos atentar, por exemplo, no que a Galeria Zé dos Bois tem preparado para nós: Melt Banana, Nídia, John Maus, Luís Severo, Endless Boogie, 800 Gondomar e Greg Fox juntam-se aos previamente anunciados Shabazz Palaces (31 de Outubro; 2 de Novembro no gnration, em Braga), Mark Eitzel (29 de Outubro; dia 28 no Auditório de Espinho), Avey Tare (21 de Novembro) e Forest Swords (30 de Novembro; dia 29 no gnration, em Braga).

As Melt Banana, o trio de Tóquio que nos anos 1990 nos revelou um rock ruidoso e desconstruído, desconcertante pela forma como conjugava micro melodias pop e ataque noise, chegam dia 29 de Setembro (um dia antes tocam no Maus Hábitos, no Porto). A banda que John Peel, Kurt Cobain ou Jim O’Rourke muito elogiaram e que bandas como os Deerhoof tomaram como inspiração tem em Fetch, de 2013, o seu álbum mais recente. Antes, dia 26, seremos igualmente assaltados pelo poder transportador das guitarras, mas a viagem será totalmente diferente. Em palco, os Endless Boogie, verdadeiro mito do rock underground nova-iorquino liderado por Paul Major. São blues-rock à solta na auto-estrada sem fim do kraut, são riffs atrás de riffs, são a banda de um coleccionador insaciável de garage-rock e seus derivados – e nota-se.

Destaque ainda para Nídia, nome que sobressai entre a música cruzada que a editora Príncipe vem revelando - house-kudurada, tarraxo-psicadélica, invenção rítmica e baile-funk para bailar mesmo. Nídia apresenta-se numa das noites BRAVE da ZDB, espaço para “celebrar artistas que não têm medo de fronteiras, porque já vivem nelas”. No mesmo dia, 23 de Setembro, apresentam-se também em palco Blastah, Juana NaRap com Stroika e Bonaventure.

Antes de todos eles, a 8 de Setembro, Luís Severo, o autor do celebrado Cara d’Anjo e, já este ano, de um belíssimo álbum homónimo, apresenta no Aquário da galeria um concerto especial. A interpretar o disco mais recente estarão a sua banda e todos aqueles que participaram nas gravações, onde se incluem os Capitão Fausto Francisco Ferreira, Manuel Palha e Tomás Wallenstein, Manuel Lourenço (Primeira Dama), Teresa Castro (Mighty Sands, Calcutá) e Violeta Azevedo (Jasmim). A primeira parte será assegurada por Filipe Sambado. Entre apresentações nacionais, assinale-se ainda que a 20 de Outubro esses autores de punk-rock trepidante chamados 800 Gondomar revelarão em palco o seu novo álbum, Linhas de Baixo.

A programação agora revelada inclui ainda Greg Fox, baterista que deixou a sua assinatura junto da música mais diversa (Liturgy, Ben Frost, Colin Stetson, Hieroglyphic Being, Milford Graves). Dia 13 de Setembro apresenta-se a solo, tocando, colando e reenquadrando o seu virtuosismo entre a bateria acústica, os pads e o material electrónico (dia 15 estará no Rivoli, no Porto).

1 de Novembro, por fim, será um dia especial. É aquele em que John Maus regressará à ZDB para apresentar o seu primeiro álbum desde We Must Become the Pitiless Censors of Ourselves, editado há longos seis anos. Maus actuará pela primeira vez em formato banda, apoiado por um trio de baixo, teclas e bateria. 

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