Governo dos Açores apoia candidatura da cultura da baleia a património da Unesco

O processo, liderado pelo município das Lajes do Pico, concelho que se destaca nestas características, pretende abranger a ilha do Pico e outros espaços do arquipélago.

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Manuel Roberto

O Governo dos Açores vai apoiar a candidatura da cultura da baleia a património da Unesco liderada pela Câmara das Lajes do Pico, anunciou nesta quarta-feira o secretário regional Adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias.

"Os Açores concentram um conjunto notável de vestígios materiais e imateriais associados ao universo da cultura baleeira mundial, sendo capaz de transformar a sua tradição baleeira num rico património cultural e social", afirmou Berto Messias, na leitura do comunicado do Conselho do Governo, em São Roque do Pico, com que terminou a visita estatutária do executivo regional à ilha.

O secretário regional Adjunto salientou que ali "encontram-se estruturas museológicas, espaços de memória, dinâmicas e estratégias de patrimonialização e de reinvenção patrimonial associados à cultura da baleia únicos no mundo".

Segundo o governante, este processo, liderado pelo município das Lajes do Pico, concelho que se destaca nestas características, pretende abranger a ilha do Pico e outros espaços do arquipélago, "classificando-se, assim, esta vasta, riquíssima e singular cultura que tanto significa para a Região Autónoma dos Açores".

Aos jornalistas, Berto Messias afirmou que este processo é para o Governo dos Açores urgente, pelo que "deverá avançar rapidamente".

Em Março, o presidente da Câmara das Lajes do Pico, Roberto Silva, afirmou à Lusa que a candidatura deverá ser entregue à Unesco – Organização das Nações no primeiro trimestre de 2018, sendo este um processo em preparação há dois anos.

Ainda em matérias relacionadas com a ilha do Pico, o Conselho do Governo autorizou o lançamento do concurso público, pela Portos dos Açores, da empreitada de requalificação do molhe-cais do porto da Madalena, danificado pelo temporal de Fevereiro deste ano, quando se registaram ondas de 13 metros.

Esta obra, de cerca de cinco milhões de euros, acrescidos de IVA, já tinha sido anunciada na segunda-feira pelo presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro.

O executivo regional deliberou ainda constituir "um grupo de trabalho conjunto" entre as secretarias da Energia, Ambiente e Trabalho e da Agricultura e Florestas, para fazer "uma avaliação dos actuais modelos de incentivos relativos ao sector vitivinícola regional, bem como a apresentação de uma proposta transversal de um sistema único de apoios que assegure a previsibilidade e segurança no quadro de incentivos públicos a este sector".

Entre as medidas aprovadas estão, também, os trabalhos de conservação e limpeza de 200 quilómetros de caminhos rurais e florestais, "facilitando o acesso às explorações agropecuárias da ilha do Pico", e, no âmbito do ambiente, o Conselho do Governo autorizou a respectiva secretaria a "desenvolver o projecto de uma infraestrutura ao ar livre de interpretação da plataforma costeira das Lajes do Pico, incluindo um posto de observação de aves selvagens".

"Este projecto deverá ser desenvolvido em estreita colaboração com os centros de ciência e os operadores de animação turística com actividade na observação de aves selvagens", refere o comunicado.

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