Participações de violência doméstica triplicaram desde o princípio do século

No ano passado, houve 32507 participações, segundo Relatório Anual de Segurança Interna, que está disponível no site da Assembleia da República

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Daniel Rocha

As forças de segurança registaram mais de 32 mil ocorrências de violência doméstica no ano passado, de acordo com o último Relatório Anual de Segurança Interna, que está disponível no site da Assembleia da República. O distrito de Lisboa, como de costume, liderou o número de participações feitas à PSP e à GNR (6161).

A análise temporal revela que o número de denúncias disparou desde que a violência doméstica se tornou um crime público, em 2000. As polícias somaram 11.162 ocorrências em 2000, 12.697 em 2001, 14.071 em 2002, 17.527 em 2003. A tendência sofreu uma ligeira quebra em 2004 (15.541) e logo recuperou (18.193 em 2005, 20.595 em 2006, 21.907 em 2007, 28.381 em 2008).

Seria, diziam os especialistas, o resultado das estratégias de combate a um crime marcado pelo medo e pela vergonha. Haveria maior consciência social de que a violência doméstica é crime e  respostas mais eficazes para as vítimas.

O número de participações deu sinais de estar a estabilizar (26.678 ocorrências em 2012, 27.318 em 2013, 27.317 em 2014), mas voltou a aumentar nos anos mais recentes. Em 2015, houve 31.681 participações. No ano passado, 32.507, o que representa quase três vezes mais do que no início deste século.

Lisboa, o distrito mais povoado, tende a liderar o número de denúncias. Seguem-se o Porto (4903 em 2016) e Setúbal (2268). Quando o critério é a taxa de incidência a liderança cabe às regiões autónomas dos Açores (4,09) e da Madeira (4,03). A taxa de incidência mais baixa é a de Beja (1,93).

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