Dead Combo contam-nos uma nova história com todos os seus discos lá dentro

Tó Trips e Pedro Gonçalves juntam-se a dois cúmplices para novos episódios musicais. No ciclo Há Música no Trindade, estas quinta e sexta-feira, às 21h30.

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Os Dead Combo: Pedro Gonçalves e Tó Trips NUNO FERREIRA SANTOS
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Pedro Gonçalves PEDRO ELIAS
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Tó Trips PAULO PIMENTA
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Pedro Gonçalves e Tó Trips PEDRO ELIAS

Durante uns tempos, Pedro Gonçalves associou o Teatro da Trindade a “coisas antigas”, embora achasse (e ache) que tem “uma sala fantástica”. Pois vai tocar lá esta semana, no ciclo Há Música no Trindade, que desde Junho já levou a esta histórica sala lisboeta Tatanka, Yamandú Costa e José Manuel Neto. Esta semana, quinta e sexta-feira, será a vez dos Dead Combo, com um espectáculo intitulado Música com Lisboa lá Dentro. Às 21h30.

“É um apanhado de várias coisas”, diz ao PÚBLICO Pedro Gonçalves. “Vamos ter como convidados um dos músicos das Cordas da Má Fama, o Bruno Silva, que toca viola; um trompetista, que é o João Marques, que tocava com a Royal Orquestra das Caveiras; e um percussionista que irá entrar no próximo disco e que é o Mick Trovoada.” A eles junta-se o duo Tó Trips (guitarra acústica) e Pedro Gonçalves (contrabaixo, guitarra acústica) que, com o nome de Dead Combo, já gravou sete discos estúdio: Vol. 1 (2004), Vol. 2 Quando a Alma Não é Pequena (2006), Guitars From Nothing (2007), Lusitânia Playboys (2008), Lisboa Mulata (2011), A Bunch of Meninos (2014) e Dead Combo e As Cordas da Má Fama (2016), cujo subtítulo é o agora o título dos actuais espectáculos no Trindade. Não que sejam espectáculos idênticos. O trabalho com As Cordas da Má Fama nasceu de um concerto nas Ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa a 22 de Setembro de 2016. Foi depois gravado em estúdio, mas baseado num trabalho ao vivo. Aliás, ao vivo o duo tem já vários registos editados: Live At Cabaret Maxime (2008, incluído no disco Lusitânia Playboys), Live Hot Clube (2009), Dead Combo & Royal Orquestra das Caveiras (DVD, 2010, vendido junto com o PÚBLICO) e Live At Teatro São Luiz (2014, com a Blitz).

Como um barco ao largo

“Até hoje nunca fizemos um disco a partir de um conceito. Fazemos um grupo grande de músicas, depois olhamos para aquilo, vemos o que se aproveita para o disco e dentro das que aproveitamos tentamos arranjar uma lógica que as una.” Assim nascerá também o próximo. “No Trindade vamos também tocar músicas novas, do próximo disco”, diz Pedro. “Já gravámos metade, há um ano, mas provavelmente vamos regravar tudo outra vez. Porque, ao ouvir aquilo, estamos sempre a arranjar soluções novas. O que é bom, mas também é mau, porque não acabamos de fechar a coisa.” O título Música com Lisboa lá Dentro, diz ele, é um jogo com o título de uma colectânea de Carlos Paredes intitulada Uma Guitarra com Gente Dentro. Anagramas, alusões ou trocadilhos é o que não falta nos títulos dos temas do grupo. “O Tó [Trips] costuma dizer que nós somos como um barco que passa ao largo das outras cidades. Ouvimos a música meio à distância, deturpada, e depois incorporamo-la e interpretamo-la, misturada com a nossa ideia de Lisboa, que também é uma ideia meio romântica, antiga, cinematográfica. É uma mistura daquela Lisboa antiga do Cais do Sodré com aquela bandidagem, as prostitutas, isso tudo, as ruelas escuras, aquele imaginário meio Hitchcock meio filme negro.”

Para o espectáculo do Trindade decidiram construir um guião. “Em todos os discos nós fazemos sempre uns pequenos textos. Agarrámos nesses textos todos e tentámos criar uma história fazendo um texto que os una. O guião deste espectáculo é essa história.”

Depois dos Dead Combo, o ciclo Há Música no Trindade voltará em Outubro. Primeiro com Salvador Sobral, convidado muito antes da sua vitória na Eurovisão (dias 6 e 7); depois Vitorino com João Paulo Esteves da Silva e Filipe Raposo (13 e 14); e Frankie Chavez (27 e 28). Em Dezembro, fecha com Mário Laginha e Tcheka (dias 15 e 16).

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