Matosinhos vai procurar novo operador para substituir Resende

O incumprimento dos requisitos de segurança exigidos pela autarquia à empresa de transportes podem comprometer a continuidade da operação “na totalidade ou parcialmente” da rede de transportes públicos.

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Hugo Santos

A câmara de Matosinhos já tinha garantido na semana passada que o ia fazer. Nesta segunda-feira, em comunicado, o presidente da autarquia, Eduardo Pinheiro, fez saber que, como prometido, comunicou à operadora de transportes públicos Resende, Atividades Turísticas, SA que vai propor à Área Metropolitana do Porto a antecipação, “com efeitos imediatos”, da abertura de um concurso público para a concessão dos transportes públicos em Matosinhos. A empresa tomou conhecimento da resolução durante uma reunião realizada no mesmo dia, que contou com a presença de responsáveis da autarquia, da Área Metropolitana do Porto (AMP) e da Resende.

A decisão surge na sequência da divulgação, na última quarta-feira, do relatório de avaliação feito pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) à Resende, a operar neste concelho com algumas ligações a outros concelhos do Grande Porto, que dá conta de um aumento de sinistros, em 2016, envolvendo o operador de transportes. As conclusões preliminares desta avaliação apontam ainda para a “existência de dados preocupantes no que respeita à conservação e à manutenção” da frota da Resende. No mesmo dia da publicação do relatório, durante o serviço, um autocarro da Resende incendiou-se em Valongo.

Recorde-se que o relatório foi solicitado pela autarquia na sequência de um acidente mortal ocorrido em Outubro último, que envolveu uma viatura daquela empresa. Por força do sucedido, a autarquia e a AMP declararam “tolerância zero” relativamente a quaisquer acontecimentos e incidentes que radiquem em questões operacionais da empresa, o que poderá comprometer o acordo tripartido estabelecido em Junho de 2016 com esta operadora de transportes públicos, que garantia a operação da empresa até ao final de 2017, com a condição de cumprir os requisitos necessários para a circulação das viaturas sem pôr em causa a segurança dos utentes.

Considerada quebrada a confiança, segundo a câmara, a operadora corre o risco de ser substituída “totalmente ou parcialmente” da rede de transportes públicos “por razões de segurança ou risco público”.

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