PSD chama ministra com a "máxima" urgência ao Parlamento sobre o SIRESP

Sociais-democratas querem saber "exactamente" o que foi feito num mês para corrigir as falhas do SIRESP - que este domingo voltou a não funcionar em pleno -, se possível ainda esta semana.

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Daniel Rocha

Precisamente um mês depois da tragédia de Pedrógão Grande e Castanheira de Pera, durante a qual morreram 64 pessoas no incêndio, o PSD quer "saber exactamente" o que fez o Governo desde então para solucionar os problemas das falhas do SIRESP - o sistema de comunicações de emergência que este domingo voltou a não funcionar, desta vez em Alijó - e para levar ajuda e apoio social efectivos às populações afectadas naqueles concelhos da região Centro.

Para isso, pediu hoje que a ministra da Administração Interna venha à Assembleia da República "com carácter de máxima urgência" dar explicações - de preferência ainda esta semana. A exigência do PSD foi descrita pelo deputado Carlos Abreu Amorim ao início da tarde em conferência de imprensa no Parlamento: "O que é que este Governo fez para colmatar as lacunas na prevenção e combate aos incêndios florestais; o que fez para tranquilizar as populações, o que fez para que os apoios sociais e a ajuda necessária tenham um bom destino e cheguem a quem precisa."

Mais: "O que é que foi feito em relação ao SIRESP, por que é que continua sem dar conta do recado e cumprir as funções para que foi feito e desenhado pelo actual primeiro-ministro. Temos de saber o que se está a passar", insistiu. 

Como "tutela responsável pela pasta da prevenção e combate" aos incêndios, Constança Urbano de Sousa tem que vir explicar ao Parlamento o que está a fazer para enfrentar os "problemas já diagnosticados". "Não vale a pena repousar e estar simplesmente à espera que nos próximos fogos, como no de Alijó, os problemas não se voltem a repetir.

Carlos Abreu Amorim defendeu que este pedido de explicações do PSD "não colide, de forma alguma, com a missão e os trabalhos da comissão técnica sobre os incêndios" que deverá arrancar em breve no Parlamento - porque essa será para "dar respostas técnicas mais apuradas e desenvolvidas".

O sistema de comunicações de emergência está envolto em polémica depois de ter estado 14 horas fora de serviço durante o período crítico de socorro nos incêndios de Pedrógão Grande, há precisamente um mês, que fizeram 64 vítimas mortais – a maior parte na estrada que liga esta povoação à de Castanheira de Pera – e duas centenas de feridos. E voltou a registar problemas este fim-de-semana, durante os fogos que assolaram Alijó, no distrito de Vila Real, para onde teve que ser enviada uma estação móvel de comunicações que estava no Porto. Este domingo, durante a falha do SIRESP as comunicações tiveram que ser asseguradas através da Rede Operacional dos Bombeiros.

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