Mais de sete milhões de venezuelanos bateram o pé a Maduro

Referendo convocado pela Assembleia Nacional ficou manchado pela morte a tiro de uma mulher de 61 anos.

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Mais de sete milhões de venezuelanos desafiaram o Presidente Nicolas Maduro este domingo num referendo convocado pela Assembleia Nacional, dominada pela oposição Governo, e a quase totalidade dos participantes (98%) rejeitou a proposta do chefe de Estado para a convocação de uma Assembleia Constituinte.

A consulta popular, encarada como um desafio ao regime de Caracas e considerada ilegal por Maduro, decorreu por todo o país e em cerca de 600 cidades no estrangeiro.

“Com 95% dos votos escrutinados, participaram 7.186.170 venezuelanos” na consulta popular organizada pela oposição para que os cidadãos se pronunciassem sobre as alterações à Constituição, informou, em conferência de imprensa, a reitora da Universidade Central da Venezuela (UCV) e membro da comissão de garantias do referendo, Cecilia García Arocha. O universo eleitoral venezuelano é composto por cerca de 19 milhões de pessoas.

O referendo teve lugar após meses de protestos intensos que já causaram perto de cem mortos. Também o domingo ficou marcado pela violência. Uma mulher de 61 anos foi morta a tiro e quatro pessoas ficaram feridas quando um grupo de homens armados disparou contra uma das assembleias de voto, diz o jornal espanhol El Pais.

Maduro, cujo mandato deverá terminar em 2019, disse que não aceitava o referendo, que foi considerado ilegal. A oposição encara agora os resultados como um êxito na contestação ao regime e promete uma “hora zero” no país - para convocar eleições gerais e impedir Maduro de criar a Assembleia Constituinte, segundo a Reuters. A Constituinte deverá estar eleita a 30 de Julho, anunciou Maduro.

No boletim de voto do referendo constavam três perguntas para resposta positiva ou negativa. “Rejeita e desconhece a realização da assembleia de Nicolás Maduro sem a aprovação prévia do povo da Venezuela?”, era a primeira. A segunda apelava a que as Forças Armadas e todos os funcionários públicos “obedeçam e defendam a Constituição” e apoiem as decisões da Assembleia Nacional. E a terceira dizia respeito à “realização de eleições livres e transparentes, assim como à formação de um Governo de Unidade Nacional para restituir a ordem constitucional” ao país.

O presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, vincou que neste domingo “a Venezuela levantou-se com dignidade para dizer que a liberdade não recua e a democracia não deve ser negociada”.

“Não queremos que nos seja imposta uma Assembleia Constituinte fraudulenta. Não queremos ser Cuba. Não queremos ser um país sem liberdade”, acrescentou. Julio Borges prometeu que nesta segunda-feira seria anunciada um programa de oposição ao Governo.

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