Homenagem emocionante dos adeptos do Ajax a Abdelhak Nouri

O médio de 20 anos foi diagnosticado com lesões cerebrais permanentes depois de um colapso durante um amigável de pré-época.

A multidão que quismanifestar o seu apoio
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A multidão que quis manifestar o seu apoio Robin van Lonkhuijsen/EPA
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Lasse Schone prepara-se para entrar na casa da família
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Lasse Schone prepara-se para entrar na casa da família Robin van Lonkhuijsen/EPA
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O irmão do jogador, à janela Robin van Lonkhuijsen/EPA

Uma semana depois de o médio holandês Abdelhak Nouri ter sofrido uma arritmia cardíaca, centenas de adeptos do Ajax protagonizaram uma emocionante manifestação junto à casa da família do futebolista. Quinta-feira soube-se que Nouri, conhecido como Appie, tem lesões cerebrais “graves e permanentes”.

A rua da casa dos pais do jovem de 20 anos, no bairro Geuzenveld de Amesterdão, ficou a transbordar de gente, incluindo membros das claques e jogadores. Entre aplausos sem fim e lançamentos de foguetes luminosos que fizeram parecer que a noite chegara mais cedo, ouviram-se muitos gritos de “Appie, Appie”, “Nouri, Nouri” ou “Appie we love you”.

A homenagem ficou registada em vários vídeos. A certa altura, os pais de Nouri chegam e o carro onde vêm quase é engolido pela multidão. Um adepto aproxima-se da janela do lugar ao lado do condutor e agarra-se à mãe do jogador, que chora enquanto dá as mãos ao homem que lhe entrega uma t-shirt. No fim, há imagens da janela onde Mohamed, irmão de Nouri, chora e agradece o apoio da multidão erguendo um braço e tocando com o punho no coração.

Geuzenveld é um bairro erguido à saída do centro da cidade, com mais de 41 mil habitantes. Destes, 65% são estrangeiros (entre os estrangeiros, os ocidentais são 9%), como começou por ser a família do holandês Nouri. A sua mãe, como outras muçulmanas na zona, usa chador (túnica e véu que cobrem a mulher da cabeça aos pés) castanho.

Abderrahim, outro irmão, escreveu uma carta de agradecimento. “Queremos agradecer a toda a gente, todos, absolutamente todos os que lá estiveram; muçulmanos ou não muçulmanos, do Ajax ou do Feynoord, negros ou brancos, velhos e novos pelo seu apoio e, em especial, por este maravilhoso tributo”, afirma. “É indescritível o que isto fez por nós e continua a fazer”, diz ainda Abderrahim, que promete sussurrar as descrições de todo este apoio quando visitar Nouri no hospital.

Com um partido de grande dimensão anti-islão, a Holanda é várias vezes palco de manifestações racistas e xenófobas. Apesar da sua visibilidade, o Partido da Liberdade de Geert Wilders acabou por obter menos votos do que o esperado nas eleições de Março, mantendo-se em segundo lugar mas longe da sua maior bancada parlamentar.

Para além da mãe de Nouri, o pai do jogador também não conteve as lágrimas e deixou-se ver pela multidão que incluía companheiros do jogador na equipa de Amesterdão – Klaas-Jan Huntelaar, Kasper Dolberg, Lasse Schöne e Joël Veltman, todos emocionados e sem evitar o choro, acabaram por entrar em fila na casa da família.

Abdelhak Nouri sofreu um colapso que o fez cair no relvado no jogo contra o Werder Bremen, da Alemanha. Inicialmente, as notícias indicavam que o parecia melhorar, com a estabilização das batidas cardíacas. Mas o pior estava para vir. “O diagnóstico indica que uma grande parte do seu cérebro não está a funcionar. Provavelmente, isto aconteceu por causa da falta de oxigénio”, diz o clube holandês num comunicado.

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