PCP acompanha negócio Altice/Media Capital com preocupação

O líder do PCP considerou que a compra da PT se trata de um “controlo monopolista”, por acarretar não só o sector da tecnologia mas também da informação. Além disso, acusa a Altice de querer eliminar “três mil postos de trabalho”.

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Jerónimo de Sousa durante a visita à freguesia de Real em Penalva do Castelo LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, mostrou-se preocupado, neste sábado, com a possível compra da Media Capital pela Altice, um negócio que vê como "uma concentração monopolista que não augura nada de bom", aludindo à anterior compra da PT por parte da Altice.

"Naturalmente que vejo [este negócio] com preocupação, tendo em conta que a Altice tomou conta da PT, resultado de uma privatização escandalosa, inaceitável, de uma empresa estratégica para o nosso país", afirmou. Numa visita a Real, uma freguesia do concelho de Penalva do Castelo, de maioria CDU, Jerónimo de Sousa sustentou que a compra da Media Capital pela Altice gera dúvidas sobre o futuro.

"Não contente por ficar só com a tecnologia, também salta para a informação, num controlo monopolista, não só da tecnologia, da PT, mas também de um canal de TV com grande audiência. Esta concentração monopolista não augura nada de bom", insistiu. Jerónimo de Sousa alertou para aquilo que considera ser a redução da PT "até ao osso" por parte da Altice, "numa tentativa clara de eliminar cerca de três mil postos de trabalho".

"Isto é de uma gravidade imensa, que deve unir todos aqueles que se batem pela defesa do interesse nacional: em primeiro lugar, dos trabalhadores, da sua luta, mas também no plano político, não permitindo que a Altice faça qualquer leitura criativa do Código do Trabalho, porque não tem possibilidade de fazer aquilo que tende a fazer, que é despedir de uma forma directa ou indirecta milhares de trabalhadores", apontou.

Frisou igualmente a importância de serem criados mecanismos para que tal não aconteça, admitindo mesmo ser desejável analisar se há necessidade de voltar a haver controlo público na PT, uma empresa que vê como estratégica.

"Esta é uma matéria em que não se pode ficar em cima do muro. Tendo em conta a dimensão, o interesse nacional e o impacto social deste processo em curso, ninguém pode lavar as mãos ou apenas ficar zangado com a Altice", concluiu.

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