Secretários de Estado exonerados foram cumprimentar os substitutos

No final da cerimónia no Palácio de Belém, António Costa agradeceu aos que saem e desejou felicidades aos que entram no Governo,

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A Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém encheu-se para a posse dos oito novos secretários de Estado: o Governo veio em peso e até mesmo os secretários de Estado exonerados vieram cumprimentar os substitutos. Todos, excepto Fernando Rocha Andrade. E o PS também estava muito bem representado, ainda que não estivesse presente a secretária-geral-adjunta, Ana Catarina Mendes, irmã de um dos empossados – António Mendonça Mendes, que assume os Assuntos Fiscais antes tutelados por Rocha Andrade.

A cerimónia foi curta, como é costume: perante o Presidente da República, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República, um a um, os novos membros do Governo leram o juramento de lealdade e assinaram o livro de posse. Em seis minutos estavam empossados Ana Paula Zacarias (Assuntos Europeus), Eurico Brilhante Dias (Internacionalização), Tiago Antunes (Presidência do Conselho de Ministros), Maria de Fátima Fonseca (Administração e Emprego Público), António Mendonça Mendes (Assuntos Fiscais), Ana Teresa Lehmann (Indústria) e Miguel João de Freitas (Florestas e Desenvolvimento Rural), Ana Pinho (Habitação).

Seguiram-se os cumprimentos, um desfile de coreografias com algumas leituras políticas. Marcelo Rebelo de Sousa apenas cumprimentou os novos secretários de Estado e regressou ao seu gabinete. António Costa cumprimentou mais longamente os novos governantes, demorando-se principalmente no abraço a António Mendes e aos dois “seguristas” que trouxe para o Governo: Brilhante Dias e Miguel Freitas. Depois dirigiu-se aos exonerados. A Margarida Marques, que na véspera afirmara a surpresa com a sua substituição, Costa deu dois beijinhos e deixou um audível “muito obrigado”.

Augusto Santos Silva, o ministro dos Negócios Estrangeiros sob cuja alçada estava Margarida Marques, fez o mesmo. Depois dos empossados, cumprimentou os exonerados do seu ministério - Margarida Marques e Jorge Costa Oliveira (Internacionalização). 

Este último foi, aliás, um dos três responsáveis por esta remodelação: Jorge Costa Oliveira, Rocha Andrade (Assuntos Fiscais) e João Vasconcelos (Indústria) apresentaram no domingo ao primeiro-ministro o seu pedido de exoneração, antecipando a sua constituição como arguidos no caso Galpgate. Os três aceitaram viajar para França e assistir a jogos do Euro2016 a convite da Galp, o que o Ministério Público considera que pode prefigurar o crime de recebimento indevido de vantagem.

À saída de Belém, António Costa deixou duas palavras: uma de agradecimento aos que saem, outra de “felicidades” aos que entram “para executarmos bem o programa do Governo".

Estava feita uma remodelação em tudo idêntica à que o Governo PSD/CDS fez em Janeiro de 2013: na altura, também foi devido a um processo judicial que o então secretário de Estado da Administração Local se demitiu e foi na sequência dessa exoneração que Passos Coelho decidiu substituir seis secretários de Estado e criar uma nova Secretaria de Estado, a da Alimentação.

Seis meses depois, no entanto, Passos Coelho teve de fazer duas outras remodelações em menos de um mês: primeiro devido à saída de Vítor Gaspar e depois uma mais profunda, devido à demissão “irrevogável” de Paulo Portas, que acabou por ficar como vice-primeiro-ministro. Uma crise politica que escaldou o país em Julho e fez tremer um governo que tinha maioria absoluta.

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