Ginásios de bolso, calções inteligentes e outras tecnologias para atletas

Os equipamentos que unem tecnologia e desporto vão além de pulseiras e relógios.

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Há muita tecnologia para os amantes de desporto PAULO RICCA / PUBLICO

A tecnologia e o mundo do exercício físico juntam-se com frequência. Os pequenos equipamentos portáteis (capazes de registar o desempenho físico de quem faz exercício) ocupam a primeira posição no pódio das maiores tendências fitness globais desde 2016, segundo os relatórios do Colégio Americano de Medicina Desportiva (ACSM). Mas a tecnologia do desporto já vai além de pulseiras e relógios desportivos. Há ginásios que cabem no bolso das calças, cordas para saltar inteligentes, e calções que avisam o atleta antes de se lesionar.

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O aparelho cabe no bolso das calças OYO Fitness

O ginásio portátil

O DoubleFlex é um ginásio que cabe na gaveta (e, com algum jeito, no bolso de trás das calças, segundo algumas imagens da marca). Pesa menos de um quilo, mas permite trabalhar os grupos musculares com uma resistência até 11 quilos. Vem com sensores incluídos para definir a resistência, e contadores electrónicos das repetições de cada exercício. Também há uma aplicação móvel com um treinador virtual que ensina a utilizar o dispositivo através de tutoriais e vídeos.

O aparelho (financiado através de uma campanha no site Indiegogo) utiliza a tecnologia SpiraFlex, que foi desenvolvida para astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional que precisam de incorporar sistemas de exercícios. Há anos que os engenheiros da NASA a utilizam para contrariar a perda de massa muscular e óssea em ambientes sem gravidade. É algo que também ocorre com um estilo de vida sedentário no planeta Terra e que os criadores da DoubleFlex querem prevenir.

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O aparelho permite realizar até 70 exercícios diferentes OYO Fitness

Podem-se realizar até 70 exercícios diferentes com o aparelho, que custa 156 dólares (cerca de 137 euros).

Cordas para saltar inteligentes

A Smart Rope é uma corda para saltar que dá informação sobre a velocidade e número de saltos, enquanto o utilizador está no ar. Consegue isto com as 23 luzes LEDs incorporadas que disparam milhares de vezes por minuto quando a corda está ao nível dos olhos. Vem com uma aplicação móvel que permite monitorizar o exercício feito e definir objectivos específicos com base no índice de massa corporal de cada um. Além disso, é possível personalizar a informação apresentada para criar jogos e desafios (por exemplo, ultrapassar um número de saltos num determinado espaço de tempo) e competir com amigos que também tenham o aparelho.

A aplicação – com dicas de exercícios para saltar à corda mais eficazmente e trabalhar diferentes grupos musculares – pode ser descarrega gratuitamente (para Android e iOS). O modelo mais curto da corda (tamanho XS) custa cerca de 69 euros. A empresa está a dedicar os seus esforços a uma versão actualizada da corda (mais forte e mais rápida na apresentação de dados), chamada Smart Rope Pure, com lançamento previsto este ano. 

Quem quiser uma corda do género este verão tem uma opção mais simples disponível em Portugal: a corda para saltar da marca finlandesa Tunturi (que vem com um contador digital para medir o desempenho físico) encontra-se em várias lojas desportivas ou de dispositivos electrónicos. Embora não apresente a informação no ar – a meio do salto – vem com um ecrã na pega que inclui um relógio, a duração do exercício, o número de saltos realizados e o número de calorias gastas. Custa cerca de 13 euros.

Calções para prevenir lesões 

Para os atletas de topo (ou quem goste de investir várias centenas de euros em equipamento desportivo com medidores de actividade muito precisos), há os Mbody da Myontec. São calções que avaliam o desempenho muscular e cardiovascular, avisando o atleta quando este se está a esforçar demasiado e corre o risco de uma lesão. 

Também monitorizam a rapidez e distância percorrida. A informação é apresentada numa aplicação móvel grátis, disponível para Android e iOS. O tecido respirável é à prova de radiação ultravioleta (os tecidos mais habituais – especialmente material mais fino e claro – não protegem totalmente as pessoas da radiação) e pode ser lavado à máquina.

Custam 820,88 euros, mas vêm com técnicas de electromiografia incluídas (monitorização da actividade eléctrica das células musculares) que são utilizadas na indústria médica para diagnosticar doenças neuromusculares. O projecto começou em 2014 com uma campanha no Kickstarter. Na altura, a equipa Finlandesa responsável pelo Mbody queria criar uma gama de equipamento desportivo tecnológico para o praticante casual de exercício físico. Porém, dado o preço, a empresa acabou por se focar no mercado dos atletas profissionais.

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O tecido inclui técnicas de electromiografia Myontec
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