PSD exige saber como serão gastos donativos para concelhos afectados pelo fogo

Deputados sociais-democratas exigem “transparência” e lembram que houve verbas oferecidas especificamente a bombeiros.

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Teresa Morais Miguel Manso

A bancada do PSD exige “absoluta transparência” na gestão que o Governo vai fazer dos donativos particulares angariados para a revitalização dos concelhos afectados pelos incêndios de Pedrógão Grande.

“Se o Governo entendeu gerir os donativos dos particulares, o que se impõe é que o faça com absoluta transparência, com valores e com critérios de acesso e sabendo o universo. Isso tudo tem de ser claro”, afirmou ao PÚBLICO a deputada social-democrata Teresa Morais que dirigiu um conjunto de perguntas ao Governo sobre a gestão do fundo.

No requerimento dirigido ao Governo, o PSD quer saber, em primeiro lugar, o “exacto valor” dos donativos em dinheiro angariados através de depósitos e de transferências bancárias.

O executivo anunciou, na passada semana, a criação de uma comissão, com a participação de autarcas, para gerir o dinheiro reunido em contas bancárias de solidariedade para com as vítimas dos incêndios. O decreto-lei que regula a gestão desse fundo não especifica as associações humanitárias de bombeiros como destinatários das verbas, embora tivesse existido pelo menos uma conta bancária de apoio aos bombeiros portugueses. “Se as pessoas fizeram donativos para bombeiros querem saber se eles vão receber o dinheiro ou se a verba vai para um bolo geral”, afirmou a deputada.

Os sociais-democratas querem saber, por outro lado, por que razão o diploma só se circunscreve a três concelhos – Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos – “quando há outras corporações que perderam meios nos incêndios”. Teresa Morais dá o exemplo de Alvaiázere que ficou sem uma ambulância no combate aos fogos de há três semanas. A deputada social-democrata, eleita por Leiria, assegura que o partido vai continuar a insistir nas questões sobre os incêndios, independentemente da comissão técnica que foi criada para apurar o que aconteceu nos incêndios entre 17 e 24 Junho naquela zona do país e que provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos. 

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