Paula Rego e a pop arte em Cerveira

Artista luso-britânica é a principal homenageada na 19.ª edição da bienal, que se realiza no Alto Minho de 15 de Julho a 16 de Setembro.

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Paula Rego Adriano Miranda

Perto de chegar aos 40 anos, a Bienal Internacional de Arte de Cerveira (BIAC), a mais antiga das que se realizam na Península Ibérica, chega agora à 19.ª edição. Abre este sábado, sob o mote Da pop arte às transvanguardas. Apropriações da arte popular, e a principal homenageada no evento, Paula Rego, vem de algum modo justificar esta ligação.

É a terceira vez que a artista luso-britânica, “detentora de um imaginário simbólico distintivo" e "um dos maiores nomes da pintura nacional e internacional”, nota a organização, está em cena na bienal do Alto Minho, onde foi uma das participantes na exposição inaugural, em 1978, e onde a sua pintura intitulada Guarda fez a capa do catálogo da 8.ª edição.

Cabral Pinto, coordenador artístico da BIAC, justifica o tema deste ano como proposta de “reflexão sobre o choque tecnológico que temos vindo a atravessar e que só foi conseguido pelo acumular do saber através dos séculos e pela identidade das nossas populações”.

Para a exposição principal do evento, o júri seleccionou 206 peças de 149 artistas provenientes de 25 países, que serão expostas até 16 de Setembro, no Castelo de Cerveira.

Novidade na edição deste ano será o acolhimento da 8.ª Bienal de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa, com cerca de 250 obras de 180 jovens artistas dos nove países membros da CPLP. Mas o programa da bienal contempla também uma mostra de trabalhos de universidades e escolas superiores e politécnicos de áreas artísticas, além de conferências, debates, visitas guiadas, ateliers e concertos.

Seguindo também a prática dos últimos anos, a BIAC vai homenagear outras figuras que marcaram a cena artística nacional e também o evento, sendo este ano destacados Ernesto de Sousa (1921-1988), um artista multidisciplinar, num programa comissariado pela historiadora Paula Pinto, do Centro de Estudos Multidisciplinares Ernesto de Sousa, que porá em relevo o seu trabalho fotográfico; e também Jaime Azinheira (1944-2016), que venceu a 4.ª edição da BIAC com a obra Taberna. Será ainda feita homenagem a José Rodrigues (1936-2016), desaparecido em Setembro do ano passado e que foi um dos principais impulsionares da bienal, através de uma exposição com trabalhos inéditos.

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