Google quer melhorar “o lado humano” da inteligência artificial

Projecto de investigação vai concentrar-se na forma como as pessoas usam a tecnologia, sejam profissionais do sector ou utilizadores finais.

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Denis Balibouse/Reuters

Assistentes virtuais, carros autónomos, tradução automática, máquinas capazes de derrotar humanos em complexos jogos de tabuleiro – a inteligência artificial é um das áreas de aposta das empresas tecnológicas e o Google tem investido uma grande quantidade de recursos para desenvolver estas tecnologias. Agora, diz, é também altura de olhar para o outro lado da equação: as pessoas.

A empresa anunciou nesta segunda-feira um projecto de investigação, chamado PAIR, que pretende estudar e repensar a forma como as pessoas interagem com sistemas de inteligência artificial, sejam elas engenheiros e cientistas que estão a desenvolver produtos, ou os utilizadores finais.

“O objectivo do PAIR é focar-se no ‘lado humano’ da inteligência artificial: a relação entre utilizadores e tecnologia, as novas aplicações que esta permite, e como a tornar mais inclusiva”, lê-se num texto publicado no blogue do Google e assinado por dois investigadores da empresa.

O novo projecto vai tentar encontrar soluções para três tipos de utilizadores: engenheiros e investigadores nesta área, profissionais especializados que possam recorrer a este género de tecnologias (como médicos, músicos ou designers) e utilizadores quotidianos – ou seja, todos aqueles que gostam de falar com o telemóvel e aguardam o dia em que possam tirar as mãos do volante ou ter uma casa cheia de electrodomésticos inteligentes.

O Google pretende ainda oferecer ferramentas e material informativo que ajude os profissionais de inteligência artificial. Por agora, disponibilizou duas ferramentas que podem ser usadas no processo de treinar computadores com grandes quantidades de dados – o chamado machine learning, que permite fazer com que o sistema de inteligência artificial se aproxime do objectivo pretendido sem que seja especificamente programado para isso. É uma das áreas que tem merecido grande atenção por parte da indústria e da academia, num interesse que é também alimentado pelo enorme manancial de dados gerado pelo estilo de vida digital de milhões de pessoas. 

"Acreditamos que a inteligência artificial pode ir muito mais longe – e ser mais útil para todos nós – se construirmos sistemas a pensar nas pessoas logo no início do processo", afirmaram os dois investigadores.

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