Morto ou em “profundo estado de meditação”? Corpo de líder espiritual indiano vai ser preservado

A morte de Ashutosh Maharaj foi confirmada pelas autoridades indianas, mas os seus seguidores acreditam que o guru vai voltar à vida.

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O guru Swami Ramdev numa sessão de yoga na Índia. Adnan Abidi

Um tribunal hindu autorizou os discípulos de Ashutosh Maharaj a preservarem o seu corpo num congelador. O líder espiritual morreu em 2014 devido a um ataque cardíaco. Os seus seguidores acreditam, prém, que ele está apenas num “profundo estado de meditação”, conforme noticia o The Guardian.

A morte do guru indiano foi confirmada a 29 de Janeiro de 2014 pelas autoridades locais. No entanto, os seus seguidores acreditam que Maharaj acordará, argumentando que este se encontra num estado de shamadi – o mais “profundo estado de meditação”, algo que este fazia com frequência.

Até então, o corpo do líder da comunidade espiritual Divine Light Awakening Mission – Missão Despertar a Luz Divina, numa tradução livre – tem sido preservado dentro de um frigorífico, no estado de Punjab, a norte da Índia.

A decisão do tribunal surge após três anos de uma batalha judicial entre os seguidores do líder espiritual e Dalip Kuma Jha, suposto filho do guru. À data da morte de Ashutosh Maharaj, Dalip criou uma petição para que o seu pai fosse cremado, segundo os rituais hindus. Contudo, o tribunal rejeitou esse pedido justificando a sua decisão com a “liberdade de religião” e “a falta de leis relativas à cremação”, decidindo a favor da preservação do corpo de Maharaj, avança a BBC.

Citado pelo Guardian, o advogado de Kuma Jha, SP Soi, afirmou que apesar de a petição não ter sido aceite o filho do guru vai recorrer ao Supremo Tribunal indiano.

Puran Sing, o condutor do guru, também apresentou várias petições em tribunal, exigindo uma investigação criminal. Numa petição apresentada, Puran Sing alegava que os seguidores de Maharaj pretendiam ficar com o seu corpo para usufruirem dos seus bens, avaliados em 105 milhões de euros.

Ashutosh Maharaj estabeleceu a sua comunidade espiritual em 1983, como uma forma de promover “a paz no mundo”, reunindo ao longo dos anos milhões de seguidores. Na altura da sua morte, o seu porta-voz afirmou à BBC que ele não estava morto, dizendo que “as ciências médicas não entendem coisas como o yoga". "Estamos confiantes que ele vai voltar”, rematou.

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