EUA admitem acção militar contra a Coreia do Norte

Numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, Washington acusou Pyongyang de estar “a reduzir rapidamente a possibilidade de uma solução diplomática” para a crise nuclear.

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A embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley Reuters/MIKE SEGAR

Os Estados Unidos avisaram esta quarta-feira que estão preparados para recorrer ao uso da força para travar o programa norte-coreano de desenvolvimento de mísseis nucleares, mas sublinhando que uma solução diplomática global continua a ser a opção mais desejável.

A embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, declarou durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU que as acções da Coreia do Norte estão “a reduzir rapidamente a possibilidade de uma solução diplomática” e que os EUA estão preparados para se defender a si próprios e aos seus aliados, cita a Reuters.

“Uma das nossas capacidades está com as nossas forças militares. Recorreremos a ela se tiver de ser, mas preferíamos não ter de ir por aí”, disse Haley.

A diplomata norte-americana disse que Washington está a ultimar uma proposta para novas sanções das Nações Unidas contra a Coreia do Norte e que os EUA estão preparados para cortar relações comerciais com países que mantenham laços com Pyongyang à revelia das resoluções da ONU.

“Grande parte da responsabilidade de aplicar as sanções está nas mãos da China”, disse Haley. “Continuaremos a cooperar com a China e vamos trabalhar com todo e qualquer país que acredite na paz. Mas não repetiremos as abordagens inadequadas do passado que nos trouxeram até este dia negro”, disse a representante dos EUA.

Esta quarta-feira, Pyongyang confirmou oficialmente o que os observadores internacionais diziam desde a véspera – o ensaio militar desta semana envolveu o disparo de um Hwasong-14, um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês), que alcançou uma altitude de 2802 km e voou durante 39 minutos, fazendo 933 km até cair no mar.

A máquina de propaganda norte-coreana acrescentou que o míssil carregava uma “ogiva pesada” feita de um compósito de carbono, que atingiu o alvo previsto na água sem registar “quebras estruturais”. Peritos internacionais duvidam que o regime tenha meios para construir uma ogiva nuclear miniaturizada para armar um ICBM, mas notam que o seu desenvolvimento está a ser muito rápido.

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