Os estranhos objectos de Sónia Andrade, uma pioneira da arte brasileira

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As obras de Sónia Andrade Adriano Miranda

Na Galeria Contemporânea de Serralves, que fica no andar superior do museu, estão os objectos da artista Sónia Andrade, um nome singular da arte brasileira que nasceu no Rio de Janeiro em 1935. “Fiquei obcecado com ela. Tem uma obra inacreditável”, afirma João Ribas, enquanto interrompe a montagem, apresentando a artista como uma das pioneiras da produção em vídeo dos anos 1970.

“Este é um trabalho que levei 20 anos construindo. Eu costumo trabalhar com conjuntos, desenhos, vídeo ou instalação, neste caso são objectos”, explica a artista, que contabiliza mais de cem exemplares que podemos ver sobre várias mesas na galeria. Aponta um destes estranhos objectos, composto por um pedal de máquina de costura, duas solas de couro de sapato e penas: “Encontrei esta base em madeira que achei bonita e interessante. Guardei. Depois juntei este vidro quebradoa que limei as arestas para eliminar o perigo. Um belo dia o objecto é resolvido.”

O que João Ribas sublinha é que Sónia Andrade, com os seus Hydragrammas, propõe objectos que nunca existiram feitos com objectos que existiram e que tinham outras histórias. “São coisas familiares mas absolutamente estranhas”, diz o curador, uma escrita com algo de monstro híbrido, como sugere o título da obra.

 

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