Câmara de Pedrógão estima prejuízos de 250 milhões de euros no concelho

Durante esta sexta-feira, no Parlamento, Capoulas Santos tinha estimado que só na agricultura os prejuízos rondavam os 20 milhões de euros.

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As habitações destruídas fazem parte dos prejuízos do incêndio de Pedrógão Grande Adriano Miranda

O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, estimou esta sexta-feira em 250 milhões de euros os prejuízos no concelho decorrentes do incêndio que vitimou 64 pessoas e que provocou mais de 200 feridos.

"Pelo menos 250 milhões de euros", disse à agência Lusa Valdemar Alves. Antes, aos jornalistas, o autarca tinha dito que o balanço feito pelo ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, na quinta-feira, que anunciava que 40 empresas tinham sido afectadas pelo incêndio, assim como 500 casas, em Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, foi uma estimativa "a quente". Segundo Valdemar Alves, haverá ainda mais casos para avaliar.

Nesta sexta-feira, na Assembleia da República, o ministro da Agricultura estimou em 20 milhões de euros os prejuízos em explorações agrícolas também decorrentes daquele incêndio, que começou no dia 17 em Pedrógão Grande e que alastrou a Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, e também aos concelhos de Penela, Pampilhosa da Serra e Sertã.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

O incêndio fez com que várias pessoas ficassem desempregadas e com que muitas outras ficassem desalojadas, após verem as suas casas arder. Só em Castanheira de Pera foram afectadas 127 habitações, disse nesta sexta-feira o presidente da Câmara de Castanheira de Pera, Fernando Lopes. O ministro das Infra-estruturas, Pedro Marques, disse no Parlamento que foram identificadas 500 casas total ou parcialmente destruídas, 20% das quais são de primeira habitação.

A área destruída por estes incêndios — iniciados em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e em Góis, no distrito de Coimbra — corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em Março.

Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas. O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra. O incêndio de Góis, que também começou no dia 17, atingiu ainda Arganil e Pampilhosa da Serra, sem fazer vítimas mortais. 

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