Governo: Incêndios de Pedrógão causaram prejuízo de 20 milhões na agricultura

O ministro da Agricultura estima que o incêndio em Pedrógão Grande causou cerca de 20 milhões de euros em prejuízos na agricultura, tendo ainda provocado 64 mortos e 250 feridos. Os trabalhos de levantamento dos prejuízos terminam nesta sexta-feira.

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Esta estimativa diz respeito aos danos causados na área agrícola Adriano Miranda

Nesta sexta-feira, o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, estimou em 20 milhões de euros os prejuízos causados pelos incêndios na zona de Pedrógão Grande, que fizeram 64 mortos e mais de 250 feridos. Os prejuízos referem-se à área específica do ministério, englobando este valor de 20 milhões perdas com plantações (vinhas, pomares, por exemplo), equipamentos ou explorações agrícola, explicou Capoulas Santos no final da interpelação dos Verdes sobre política florestal e desertificação do interior, no parlamento.

O anúncio foi feito por Capoulas Santos na interpelação, no Parlamento, do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), sobre a floresta e a desertificação do mundo rural. O Governo já fez as estimativas dos prejuízos e terá de "existir a capacidade financeira para lhes dar resposta", afirmou Capoulas Santos em resposta ao deputado PCP João Ramos.

Os incêndios que deflagraram na região Centro, no dia 17 deste mês, provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foram dados como extintos no sábado. Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

O incêndio fez com que várias pessoas ficassem desempregadas e com que muitas outras ficassem desalojadas, após verem as suas casas arder. Só em Castanheira de Pera foram afectadas 127 habitações, disse nesta sexta-feira o presidente da Câmara de Castanheira de Pera, Fernando Lopes. O ministro das Infra-estruturas, Pedro Marques, disse no Parlamento que foram identificadas 500 casas total ou parcialmente destruídas, 20% das quais são de primeira habitação.

A área destruída por estes incêndios - iniciados em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e em Góis, no distrito de Coimbra — corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em Março.

Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas. O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra. O incêndio de Góis, que também começou no dia 17, atingiu ainda Arganil e Pampilhosa da Serra, sem fazer vítimas mortais. 

Os trabalhos de levantamento dos prejuízos terminam nesta sexta-feira, devendo o executivo divulgar um relatório entretanto.

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