Livraria Lello abriu de propósito no São João para ajudar as vítimas dos incêndios

Contributos directos de visitantes e parte da receita dos livros permitiu arrecadar mais de 6 mil euros. Valor será depositado na conta solidária da Caixa Geral de Depósitos.

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Livraria recebeu cerca de dois mil visitantes durante sete horas Paulo Pimenta/Arquivo

A Lello, no Porto, fecha cinco dias por ano. O São João é um deles. Este ano, no entanto, a livraria abriu portas a 24 de Junho (sábado) apenas para receber quem quisesse ajudar as vítimas dos recentes incêndios em Pedrógão Grande e os concelhos fronteiriços de Castanheira de Pera, Pampilhosa da Serra e Góis. Uma acção de solidariedade que permitiu à livraria arrecadar 6153 euros para doar às famílias do Pinhal Interior.

Durante sete horas, entre as 12h e as 19h, quem entrava na Lello recebia à entrada um envelope, onde deveria deixar o seu donativo em dinheiro. Na porta, um funcionário da livraria explicava o objectivo da iniciativa.

De acordo com Manuel de Sousa, responsável pela comunicação do histórico estabelecimento portuense, resultaram 4008 euros deste contributo. Foram cerca de dois mil os visitantes, portugueses e estrangeiros, que doaram quantias em dinheiro para entregar às vítimas dos incêndios da passada semana.

Paralelamente, os responsáveis da livraria decidiram fazer um donativo de cinco euros por cada livro vendido durante esse período. No total, foram vendidos 429 exemplares — o que permitiu juntar 2145 euros às contribuições feitas directamente pelos visitantes.

“Arrecadou-se um valor muito próximo dos 15 euros por minuto”, pode ler-se no comunicado da livraria. Manuel de Sousa disse por telefone ao PÚBLICO que este valor e a afluência registada estiveram “dentro das expectativas”, sendo a avaliação da iniciativa “muito positiva”.

O montante angariado durante o dia de São João será agora confiado à conta aberta solidária da Caixa Geral de Depósitos.

Texto de Hugo Torres

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