Draghi promete ser prudente a retirar ajuda à economia

A falar no Fórum do BCE em Sintra, o presidente do banco central diz que, apesar da retoma da economia, as políticas de estímulo monetário ainda são para manter.

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Reuters/RALPH ORLOWSKI

Com persistência, prudência e gradualismo. É assim que Mário Draghi vê o Banco Central Europeu (BCE) a reagir durante os próximos meses aos sinais de retoma que têm vindo a ser dados pela economia da zona euro.

Num momento em que nos mercados se discute cada vez mais a possibilidade de o BCE começar a reduzir as suas compras de dívida pública e voltar a subir taxas de juro, com alguns membros do banco central a defender publicamente a necessidade de um recuo, o presidente da autoridade monetária europeia aproveitou o discurso de abertura da quarta edição do Fórum do BCE, que se realiza até esta quarta-feira na Penha Longa, em Sintra, para tentar tranquilizar quem teme uma mudança radical na política monetária.

Draghi diz que a recuperação da economia europeia é cada vez mais clara – defendendo que o papel do BCE nesse resultado foi crucial – mas assinala que, ao contrário do que se poderia esperar,  a taxa de inflação ainda se mantém a um nível relativamente baixo. “A ameaça de deflação desapareceu, disse, mas factores como a descida dos preços do petróleo e uma maior demora das empresas a subir salários, limitam um regresso da variação dos preços para o nível que é desejado pelo BCE.

Por isso, no seu discurso a uma plateia repleta de alguns dos mais influentes economistas e banqueiros centrais do mundo, Mario Draghi defendeu que “um considerável grau de acomodação monetária ainda é necessário para que as dinâmicas da inflação se tornarem duradouras e sustentáveis”. O que isto significa é que o BCE vai continuar, durante mais algum tempo, a aplicar taxas de juro muito reduzidas e a realizar compras de dívida pública, medidas que têm vindo a contribuir para o acesso ao crédito (pelas empresas, famílias ou Estado) se mantenha relativamente barato na generalidade da zona euro.

O presidente do BCE reforçou esta ideia, afirmando que é necessária “prudência” e “persistência” na definição da política monetária. “À medida que a economia recupera vamos precisar de ser graduais quando ajustamos os nossos parâmetros da política, para garantir que o nosso estímulo acompanha a retoma no meio das incertezas que permanecem.

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