Taça das Confederações, melhor do que se poderia temer

A competição que decorre na Rússia e que serve de teste para o Mundial 2018, está a correr sem sobressaltos. Nos relvados tem havido golos e a organização tem respondido bem às exigências.

Foto
A selecção portuguesa que jogou de início frente à Nova Zelândia LUSA/MÁRIO CRUZ

Mal amada por muitos, desvalorizada por outros tantos, a Taça das Confederações, competição que decorre em plena época de férias da maior parte dos principais campeonatos europeus e no final de uma longa e desgastante temporada, tem mostrado nesta edição russa que, apesar das críticas de que é alvo, possui argumentos para justificar a sua existência.

A prova que reúne os campeões de cada uma das Confederações da FIFA, a selecção campeã do mundo e a do país organizador do próximo Mundial de futebol, tem oferecido jogos com golos, estádios compostos e quase nenhuma notícia relacionada com problemas organizativos.

Contas feitas agora que terminou a fase de grupos, os números são positivos. Nos 12 jogos disputados até ao momento, nenhum terminou empatado a zero. Pelo contrário, foram apontados bastantes golos – 34 – o que permitiu atingir uma média por jogo de 2,83. Um valor bem superior àquele verificado, por exemplo, no último Europeu (2,12 golos por jogo). É certo que fica abaixo dos números da anterior edição da prova, mas também é preciso ter em conta que, este ano, não entrou em prova nenhuma selecção tão frágil como a de Tahiti, cujos três jogos que realizou na fase de grupos em 2013 “renderam” 25 golos.

É verdade que houve jogos algo soporíferos – o Camarões-Austrália talvez tenha sido o caso mais evidente – e que, pelo menos a Alemanha, está na competição com uma equipa longe daquela que seria a sua mais tradicional (basta dizer que apenas estão convocados dois antigos campeões mundiais), mas também é certo que o quadro de semi-finalistas não envergonha: campeão do mundo (Alemanha), campeão da Europa (Portugal), campeão da América do Sul (Chile) e campeão da América do Norte, Central e Caraíbas (México).

No capítulo das assistências, os resultados também não têm sido desencorajadores, tranquilizando a FIFA, que receava não ser capaz de mobilizar os russos, ainda órfãos de uma selecção competitiva. No total, estiveram nos estádios de São Petersburgo, Moscovo, Kazan e Sochi mais de 450 mil adeptos, o que dá uma média de um pouco mais de 37 mil espectadores por jogo. A partida que contou com mais público foi a de Portugal com a Nova Zelândia (56.200 pessoas nas bancadas), um resultado que se explica, em grande medida, com a extraordinária popularidade de Cristiano Ronaldo na Rússia.

O que não tem corrido assim tão bem tem sido o recurso ao videoárbitro. Esta nova tecnologia está a ser utilizada sem restrições nesta edição da Taça das Confederações e, se é verdade que já permitiu corrigir algumas decisões que seriam danosas para a verdade desportiva, também é verdade que não evitou algumas decisões, no mínimo, controversas. As maiores envolveram a selecção da casa, precisamente no seu último jogo da fase de grupos, frente ao México, quando, ainda no primeiro tempo, em duas decisões polémicas, os russos viram o videoárbitro negar-lhes duas grandes penalidades.

Sugerir correcção
Comentar