Pedrógão Grande: Provedor da Santa Casa não abdica do cargo nem de ser candidato do PSD à autarquia

João Marques frisou que não considera que a transmissão de uma informação por confirmar "seja uma irresponsabilidade" tal "que implique uma solução tão radical".

Foto
Foi o provedor da Santa Casa da Misericórdia quem disse ao líder do PSD que teria havido suicídios em Pedrógão Grande Adriano Miranda

O provedor da Santa Casa de Pedrógão Grande afirmou esta segunda-feira que se vai manter no cargo daquela instituição e como candidato pelo PSD à autarquia, apesar de ter transmitido informação sobre um alegado suicídio sem a confirmar.

"Admito que houve uma grande irresponsabilidade", disse à Lusa o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande, João Marques, também candidato social-democrata à Câmara local e que deu hoje ao líder do PSD, Passos Coelho, a informação de um alegado suicídio em Vila Facaia, no concelho de Pedrógão Grande, sem a ter confirmado.

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse esta segunta-feira que o Estado falhou no apoio psicológico às vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, adiantando ter tido conhecimento de que um suicídio terá ocorrido por falta desse apoio, situação entretanto negada pela Administração Regional de Saúde do Centro.

"Quero lamentar ter transmitido essa informação, que tomei como verdadeira. Lamento profundamente e peço desculpa a toda a gente e ao doutor Passos Coelho", vincou João Marques.

Apesar de admitir que houve "uma grande irresponsabilidade" da sua parte ao dar a informação sem a confirmar e sem alertar as autoridades, o provedor da Santa Casa de Pedrógão Grande afirmou que se pretende manter no cargo que ocupa naquela instituição e como candidato do PSD à Câmara.

"Não vejo porque não", referiu João Marques, sublinhando que está a contar ficar nos cargos que ocupa – provedor da Santa Casa e presidente da concelhia do PSD – "até ao final dos respectivos mandatos".

Questionado pela agência Lusa, João Marques frisou que não considera que a transmissão de uma informação por confirmar relativa a um suicídio na zona afectada pelos incêndios "seja uma irresponsabilidade" tal "que implique uma solução tão radical" – a renúncia aos mandatos dos cargos que ocupa e a renúncia à candidatura à liderança do município.

João Marques foi líder do executivo de Pedrógão Grande (distrito de Leiria) pelo PSD de 1997 até 2013 (quatro mandatos), altura em que não se pôde recandidatar devido à lei de limitação de mandatos. Em 2013, Valdemar Alves foi eleito presidente da autarquia, como independente, nas listas do PSD.

Quando se esperava uma recandidatura de Valdemar Alves pelo PSD, a concelhia liderada por João Marques aprovou o nome deste antigo presidente da Câmara como candidato social-democrata à autarquia.

Após esta decisão, Valdemar Alves tornou-se candidato independente pelo PS às eleições de Outubro.

Sugerir correcção
Ler 4 comentários