O Presidente bom

Nas horas mais difíceis e, mais dificilmente ainda, nas horas mais fáceis, Marcelo tem sido um chefe do estado que tem conseguido passar por amigo do povo.

Marcelo Rebelo de Sousa tem sido um excelente presidente da república e tem-se excedido até a ele próprio: se é muito bom desde que tomou posse, a verdade agora é que vem sendo cada vez melhor.

Nas horas mais difíceis e, mais dificilmente ainda, nas horas mais fáceis, Marcelo tem sido um chefe do estado que tem conseguido passar por amigo do povo. Para se ser convincente não basta ser-se bom actor. É preciso sentimento. É preciso disponibilidade. É preciso exposição. É preciso pôr-se a jeito, arriscar-se a cometer erros, ser corajoso e estar sempre lá, nos lugares onde pode realmente ajudar.

A grande inteligência de Marcelo não chega. Lembro-me de ouvi-lo discursar em Cascais, num comício do PSD em 1975 ou 1976. Ele sempre foi um verdadeiro social-democrata, um defensor dos mais pobres e dos mais fracos que lutou não para defendê-los paternalisticamente mas para que eles deixassem de ser pobres e fracos, para se poderem defender a si próprios. É uma coisa antiga e gigantesca que ainda não aconteceu em Portugal e pela qual Marcelo continua, com valentia, generosidade e determinação, a lutar.

Os elogios, ao contrário de Marcelo, são impopulares. Ninguém gosta de fazê-los. Caem mal, soam a falso e suscitam desconfianças. Mas é injusto e é tacanho recusarmo-nos a fazê-los. Marcelo merece o nosso agradecimento: o agradecimento de muitos, entre os quais eu, como cidadão, pela diferença positiva que tem feito, pela maneira valiosa como tem representado tanta gente que precisa dele.  

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