"O difícil é começar"

Durante a época de exames do ensino secundário, que se inicia nesta segunda-feira, dois alunos do 12.º ano vão relatar no PÚBLICO como são estes dias de provas. Hoje, Tiago Martins diz-nos como se preparou.

O difícil é começar. Mas é preciso começar, seja a rever as matérias passadas e mais esquecidas, seja a mentalizarmo-nos de que os exames se aproximam e não temos outra escolha, senão estudar. Assim, posso afirmar que os que estão inscritos na prova 635 [Matemática A] devem praticar exaustivamente, baseando-me na metafórica "Regra das Dez Mil Horas" do livro Outliers [de Malcolm Gladwell] para ilustrar que aqueles que pretendem ser bem-sucedidos e ter um futuro brilhante devem gastar muitas folhas de rascunho, com exercícios de matemática e pilhas da calculadora gráfica. É um exame que requer atenção e dedicação, mas, no fim, os alunos que triunfam podem afirmar que foi gratificante.

No que toca ao exame de Português, devemos encará-lo com "a espada", visto que estudamos arduamente, logo não deve intimidar-nos. Por outro lado, "a pena", que é a  "caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta", tem de ser usada “como deve ser”, isto é, não devemos alongar-nos nas respostas, pois ficamos sem tinta, sem tempo para respondermos às questões seguintes ou corremos o risco de responder a mais, ou seja, a aspetos que deveríamos explicitar na pergunta seguinte e que já referimos na primeira. Sábios conselhos da professora! Os alunos devem ter experiência literária e gostar de ler, pois a leitura permite-nos redigir textos bem estruturados, respostas completas e composições elaboradas, já que os livros proporcionam ao leitor a evasão e a fortificação quer da raiz do pensamento, quer da criatividade. É óbvio que não sabemos o que sairá no exame, mas com trabalho, leitura e organização, não vejo um resultado que não o sucesso.

Neste momento, estamos todos num frenesim devido às provas que se aproximam, caminhando por este trilho, por vezes, difícil e penoso, mas no final "doce, alegre e deleitoso", assim que sejam publicados os resultados finais. Sou um aluno do curso de Ciências e Tecnologias, podendo afirmar que o meu futuro estará direta ou indiretamente relacionado com ambas, e como estas se combinam. Com o decorrer dos anos, Portugal tem-se destacado no campo da investigação científica, começando a compreender os impactos que esta tem no desenvolvimento do Homem e no mundo em si, bem como o renome que advém das descobertas que têm sido feitas, como o avanço que houve na vacina da malária, liderada pelo Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa (no entanto, os ensaios clínicos não serão realizados em Portugal, mas nos Países Baixos).

Como ainda não realizei os exames, é-me difícil escolher a universidade que me espera, seja a nível nacional, seja internacional, pois o diploma de fim de ano é crucial para o efeito. Mas os alunos que sabem, que trabalham e que gostam do que fazem, têm consciência de que não são estas duas provas que lhes irão estragar o futuro que tanto almejam.

Reforço o apelo à leitura, que se revela um aspeto crucial, e o trabalho árduo que é necessário para a matemática. O difícil é começar.

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