Marcelo avisa: Portugal não pode “adormecer à sombra da bananeira”

“Há um caminho a continuar no controlo do défice e sobretudo de redução da progressiva da dívida pública”, afirmou o Presidente da República, após o anúncio formal da saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo.

PR: "não se pode agora adormecer à sombra da bananeira" RTP

O Presidente da República avisou, esta sexta-feira, que Portugal “não pode adormecer à sombra da bananeira” após a aprovação da saída do Procedimento por Défice Excessivo.

"Não se pode agora fazer aquilo que muitas vezes é um erro nacional que é adormecer à sombra da bananeira, considerar que está adquirido o que demorou cinco anos e meio a obter e, por uma precipitação, por um excesso, por uma falta de linha orientadora, questionar aquilo que é fundamental", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhando que “há um caminho a continuar: o controlo do défice e a redução progressiva da dívida pública”. Ressalvou, no entanto, que isto mesmo tem dito o primeiro-ministro e o ministro das Finanças. 

Falando à margem das comemorações dos 25 anos da Associação Abraço, de apoio aos doentes contaminados com o vírus da sida, o chefe de Estado começou por "agradecer aos portugueses estes cinco anos e meio" de sacrifícios e por afirmar que "o trabalho continua. E continua, desde já, "com o pagamento antecipado" de mais uma tranche da dívida ao Fundo Monetário Internacional, e também "com a criação de riqueza, o controlo do défice e a redução progressiva da dívida", afirmou.

"Só o crescimento económico produz mais emprego, mais justiça social e melhores condições de dívida nos próximos anos", insistiu o chefe de Estado, defendendo que a partir de agora “tem de haver algum equilíbrio” para “não passar do 8 para o 80 e pôr em causa o caminho” feito.

O Presidente da República antecipou que, nesta conjuntura, pode haver algumas medidas de desagravamento fiscal, sugerindo que tal possa acontecer no âmbito das alterações aos escalões do IRS. “Nesta fase as negociações das linhas gerais do Orçamento do Estado para 2018 já estão muito avançadas”, disse, afirmando que “algumas promessas governativas” já estão contempladas e poderá haver “algum desafogo fiscal e algumas vantagens sociais para muitas famílias”.

Considerou também que “algum investimento público haverá”, sobretudo no âmbito do aproveitamento de fundos europeus que o exigem, mas não especificou.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou ainda que que a melhoria do rating da dívida portuguesa, na sequência do encerramento formal do Procedimento por Défice Excessivo a Portugal, pode ser uma decisão "de horas ou de semanas".

"Vamos ver. Uma coisa é aquilo que nós achamos normal e desejamos, outra coisa é aquilo que vamos esperar para ver se já pode ocorrer dentro de horas, ou ocorrerá dentro de semanas", declarou

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