Taça das Confederações: génese na Arábia Saudita e domínio do Brasil

Um olhar sobre o essencial das nove edições do torneio realizadas até à data.

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Reuters/DARREN STAPLES

Há 25 anos a Arábia Saudita conseguiu concretizar a aspiração de organizar um grande torneio internacional com a participação das melhores selecções de todo o mundo. A taça homenageava o rei Fahd e realizava-se em Riade. Já com os calendários muito sobrecarregados, as principais federações europeias não se mostraram muito entusiasmadas com o convite até 2013, quando a FIFA entendeu que a prova poderia vir a ser um teste importante para a realização do Campeonato do Mundo no ano seguinte e fixou o mês de Junho para início do torneio.

Argentina, sob a batuta de Batistuta, em 1992, e Dinamarca, de Michael Laudrup, em 1995, venceram as duas primeiras edições na capital da Arábia Saudita em 1997, ainda em Riade, e a terceira edição, já com a bênção de Sepp Blatter, teve a renúncia da Alemanha, que cedeu à República Checa a posição de representante da Europa na prova. O Brasil foi então o vencedor pela primeira vez, contando com o brilhantismo de Romário e Ronaldo, bons contribuintes para a goleada (6-0) frente à Austrália.

O México, que só faltou ao exercício de 1992, assumiu a organização em 1999 e fez tudo para ser o campeão, ganhando uma empolgante final ao Brasil (4-3) presenciada pelas mais de 100 mil pessoas que estiveram no Estádio Azteca. Do lado dos vencedores mostraram-se especialmente Cepeda, Abundis e Blanco, os homens dos golos mexicanos. Os brasileiros marcaram cedo por Zé Roberto (5’), que ainda repetiu o gesto, mas já era tarde.

Em vésperas do Mundial da Coreia do Sul/Japão, a França partiu para o Oriente em 2001 com objectivos definidos e conquistou a taça, vencendo em Yokohama o Japão por 1-0, o mesmo resultado que obteve em 2003 quando teve de dar tudo no Stade de France para derrotar os Camarões, de Kameni, Eto’o e Geremi, de luto pela inesperada morte, aos 28 anos, de Marc Vivien Foé, no jogo com a Colômbia. Thierry Henry marcou quatro golos nessa edição e foi a grande figura do torneio, salvando a França já no prolongamento. Alemanha, Itália e Espanha rejeitaram o convite para participarem.

Em 2005, preparando o Mundial da Alemanha, o Brasil ganhou o primeiro de três troféus seguidos, com saborosa vitória sobre a Argentina (4-1). Adriano, Kaká e Ronaldinho não pouparam os seus rivais vizinhos. Seguiu-se a final da África do Sul, em 2009, mas o jogo não foi um passeio, com oposição forte dos Estados Unidos, que perderam por 3-2. Kaká foi então a estrela, mas Luís Fabiano brilhou com dois golos decisivos.

Em 2013, o Brasil quis mostrar que estava preparado para receber o Mundial do ano seguinte e Scolari revelou-se disposto a desmentir os cépticos. Fez o “tri” já na própria casa, no Maracanã, lembrando à Espanha dos anos de ouro que ninguém vive de glórias passadas. Fred e Neymar foram os carrascos da selecção espanhola constituída por um grupo de luxo, integrando Casillas, Sergio Ramos, Xavi e Iniesta pouco habituados a punições desta severidade (3-0), escassos dias depois de um jogo de férias com Tahiti (10-0), brindado com quatro golos de Fernando Torres. O decorrer do campeonato foi acompanhado por manifestações de protesto nas principais cidades.

A selecção portuguesa vai entrar pela primeira vez na lista de participantes na Taça das Confederações, da qual já fazem parte a França, Espanha, Alemanha, Itália, Dinamarca, República Checa, Turquia e Grécia. A Rússia faz a sua estreia na prova na qualidade de organizador do Campeonato do Mundo de 2018.

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