Negociações do "Brexit" arrancam segunda-feira

Discurso da Rainha, que dá início à legislatura no Reino Unido, marcado para quarta-feira.

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Theresa May à saída de Downing Street para uma visita ao local do incêndio num prédio em Londres TOBY MELVILLE/Reuters

Afinal não haverá atrasos. As negociações entre o Reino Unido e a União Europeia sobre o "Brexit" arrancam mesmo na segunda-feira, como estava previsto, e antes mesmo do Discurso da Rainha, que está agendado para quarta-feira e dá início à nova legislatura britânica.

A notícia foi avançada pelo jornal online Politico e confirmada poucas horas depois num comunicado conjunto do Reino Unido e da UE. "David Davis, o ministro encarregado da saída da União Europeia, e Michel Barnier, o negociador chefe da Comissão Europeia, acordaram hoje lançar as negociações na segunda-feira, dia 19 de junho”, indicaram as duas partes num comunicado conjunto.

As complexas negociações sobre o "Brexit" vão assim começar antes mesmo do início da legislatura. O Governo britânico anunciou que o Discurso da Rainha, que abre formalmente a legislatura, será feito na quarta-feira, quer haja ou não um acordo entre os conservadores da primeira-ministra Theresa May e o partido unionista irlandês DUP. O discurso estava marcado para segunda-feira mas foi adiado por não haver certeza sobre o programa do Governo e o papel do DUP na garantia de uma maioria parlamentar ao Governo.

Segundo o diário britânico The Guardian, cada vez mais vozes conservadoras não descartam a possibilidade de Theresa May apresentar o programa de governo sem um acordo formal com o partido unionista da Irlanda do Norte, que vinha a ser dado como certo, ou mesmo de vir a governar, em minoria, sem o apoio formal do DUP.

A primeira-ministra parte do princípio de que os unionistas não irão votar contra o seu programa por temerem a aproximação ao poder de Jeremy Corbyn, o líder trabalhista, que na Irlanda do Norte apoia o lado oposto ao DUP, os republicanos do Sinn Féin. Basta que o DUP se abstenha para um governo conservador poder continuar.

Outras fontes dizem, no entanto, que um acordo estaria a demorar porque o ministério das Finanças não está a libertar verbas para investimentos pretendidos pelo DUP em troca do seu voto favorável ao Governo de May.

No entanto, o discurso, onde estão as prioridades do Governo, já estará escrito na altura da reunião entre os responsáveis britânicos e europeus – o pergaminho onde é escrito faz com que a tinta demore a secar, portanto o documento tem de estar pronto vários dias antes de ser lido por Isabel II.

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