Escritora critica podcast “cruel e humilhante” por insultos ao seu peso

Jornalista que entrevistou a autora para o podcast No Filter questionou se Roxane conseguia entrar no elevador, devido ao seu excesso de peso.

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Roxane Gay Eva Blue/Flickr

Roxane Gay é uma escritora norte-americana que conta com alguns bestsellers publicados, como Bad Feminist Difficult Women. Para promover o seu mais recente livro, Hunger: Memoir of (My) Body - lançado na passada terça-feira - Roxane esteve na Austrália, para uma entrevista ao podcast No Filter, do site australiano Mamamia.

Contudo, Mia Freedman, directora criativa do Mamamia, que entrevistou Roxane, recorreu a detalhes privados, discutidos entre a produtora do programa e a agente da autora, para criar uma descrição do podcast.

Na descrição – que foi entretanto alterada – Freedman confessa que houve muita planificação por detrás da entrevista com Roxane. “Será que ela vai conseguir entrar no elevador? Quantos passos vai ter de dar para chegar à entrevista?”, questionou Freedman.

A escritora norte-americana, de 42 anos, não gostou da descrição utilizada por Freedman, tendo recorrido ao seu perfil na rede social Twitter para mostrar o seu desagrado.

“Estou em choque com o Mamamia”, escreveu a autora, dizendo que se sente envergonhada por questionarem se conseguiria deslocar-se ao local da entrevista, devido ao seu excesso de peso.

Roxane Gay considerou que a descrição do podcast foi “cruel, humilhante” e “repugnante”, tendo tornado o dia do lançamento do livro “doloroso”.

Mia Freedman já expressou as suas “sinceras desculpas”, reconhecendo o seu erro. Num texto publicado no site Mamamia, Freedman escreve que o seu principal erro foi não saber distinguir as diferenças entre ser a autora a escrever sobre as suas experiências e ser ela a contá-las. “Eu assumi, erradamente, que como ela falou dos seus obstáculos, que eu também o pudesse fazer”, lê-se no texto publicado.

“Sinto-me envergonhada por ter contribuído, de alguma forma, para que Roxane Gay se sinta menos poderosa, brilhante e bonita”, concluiu Freedman.

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