André Silva torna-se o sexto jogador português mais caro de sempre

Transferência do avançado para o Milan concretizou-se por 38 milhões de euros, com mais dois por objectivos.

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A camisola que vai vestir na próxima época até pode ser rubro-negra, mas André Silva não deixou margem para dúvidas na hora da despedida: “Azul e branco é o coração”, vincou, numa mensagem dirigida ao FC Porto, aos adeptos e aos companheiros de equipa. O avançado vai rumar ao futebol italiano para representar o Milan, que pagará de imediato 38 milhões de euros aos “dragões”. O comunicado enviado pela SAD do FC Porto à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) acrescentava ainda que o acordo entre os dois clubes “prevê o pagamento de uma remuneração variável” que poderá elevar o negócio aos 40 milhões. André Silva, que assim se tornou no sexto futebolista português mais caro da história, assinou um contrato válido por cinco anos.

“Estou muito contente por ter vindo para este clube. Vou dar o meu máximo pela história que este clube tem. De mim só podem esperar o máximo e vou lutar com tudo para conseguir os objectivos deste clube”, afirmou o jovem avançado português, que ao final da manhã cumprira os habituais exames médicos nas instalações do Milan, antes de viajar de regresso a Portugal para juntar-se à selecção nacional, que amanhã viaja para a Rússia para disputar a Taça das Confederações.     

O Dragão despede-se do jovem avançado projectado por Julen Lopetegui em 2015-16 — na época que agora terminou, André Silva foi o português com mais golos marcados na Liga — no que é um sinal da nova realidade económica do clube. Um dia depois de Sérgio Conceição ter sido apresentado como novo treinador, o FC Porto ficou a saber que está sob a alçada da UEFA por incumprimento das regras do fair play financeiro, que obrigam os clubes a terem as contas equilibradas. Daí que a prioridade dos “dragões” seja o encaixe financeiro.

A SAD do FC Porto comprometeu-se com a UEFA a limitar o défice a “30 milhões de euros no final do ano financeiro de 2017, a 20 milhões de euros no final do ano financeiro de 2018 e a dez milhões de euros no final do ano financeiro de 2019”, podia ler-se no site oficial do organismo que tutela o futebol europeu, que também multou os “dragões” em 700 mil euros.

Na mais recente prestação de contas à CMVM, relativa ao primeiro semestre de 2016-17, a SAD do FC Porto reconhecia prejuízos superiores a 29 milhões de euros, provocados “pela inexistência de vendas de direitos desportivos de jogadores no período em análise”. E, na proposta de orçamento para o exercício 2016-17 levada a assembleia geral, os “azuis e brancos” previam 115,7 milhões de euros em “proveitos com transacções de passes de jogadores”. A transferência de André Silva, o terceiro português a vestir a camisola “rossonera” do Milan, depois de Futre e Rui Costa, ajuda a completar um terço do objectivo. Mas ainda há caminho a percorrer e as vendas não devem ficar por aqui.     

Há no plantel do FC Porto vários jogadores com mercado, como é o caso do argelino Brahimi, que sob o comando de Nuno Espírito Santo viveu uma época de altos e baixos. Entre os excedentários, que não integravam o plantel mas podem permitir a realização de um encaixe financeiro, estão Aboubakar (emprestado ao Besiktas e que já afirmou publicamente que não quer regressar ao Dragão), Kelvin ou Ricardo Pereira.

Os 38 milhões pagos pelo Milan para a contratação de André Silva fazem do jovem avançado o quarto jogador mais caro da história do FC Porto, depois de Hulk (transferido por 60 milhões para o Zenit), de James Rodríguez (por quem o Mónaco pagou 45 milhões) e Radamel Falcao (que se mudou para o Atlético de Madrid por 40 milhões). No que diz respeito a jogadores portugueses, André Silva torna-se no sexto mais caro de sempre, atrás de Cristiano Ronaldo, Luís Figo, Bernardo Silva, Rui Costa e João Mário.     

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