Cartas ao director

A saída legal a elite abomina

Mais uma vez os interesses mesquinhos de uma elite colonial, agora unida à neoliberal, coloca o Brasil numa situação de impasse constitucional. Foi assim em 64 e repete agora em 2017. Em 64, a intriga e a mentira usou a subversão, agora a corrupção. Por trás de tudo são interesses econômicos de grupos privilegiados, nacionais e internacionais. Em 64, durou 21 anos com mortes, torturas e falta de liberdades. E agora? Total impasse. Rasgaram a Constituição e desrespeitaram o voto popular. Todos sabem como começa, mas não como termina. Seguindo a estratégia das elites financeiras o impasse se aprofunda. A saída legal a elite abomina: eleições gerais e reforma política, através de uma constituinte específica.

Antonio Negrão de Sá, Rio de Janeiro

 

Ferreira Leite e as rendas à EDP

Ao ouvir Ferreira Leite na quinta-feira, fiquei espantado: disse que não percebia nada sobre o modo de cálculo das rendas que pagamos à EDP, mas ataca quem as acha excessivas e as quer renegociar! Até criticou a justiça por constituir arguidos! E, disse, cuidado, não se metam com os chineses, seus donos. Que ficámos contentes (nós quem?) em lhe vendermos a EDP e agora retiramos-lhes lucros? Iremos sofrer, entende ela!

Será que os chineses iriam levar as nossas barragens para a China? Provocariam um apagão em Portugal?

António José de Matos Nunes da Silva, Oeiras

 

Segurança social é um sistema público

Nos EUA, existem sistemas de contribuições que envolvem empresas afectas a um único sector de actividade, como a metalurgia ou o têxtil, que são responsáveis pelo pagamento das pensões. Neste momento ocorre um intenso debate relativamente à situação de pré-rutura financeira destes sistemas, resultante da redução do número de contribuintes associada ao envelhecimento da população e à deslocalização das empresas intensivas em mão-de-obra para o sudeste asiático. Como consequência e seguindo o ritmo actual, estima-se que em 2025 possa não existir fundos suficientes para cobrir as pensões, o que obrigou o governo americano a permitir aumentos brutais nas contribuições dos trabalhadores no activo. Dito isto, convém recordar, a alguns intelectuais, que a privatização da segurança social não elimina os problemas financeiros da previdência e pelos casos que correm, acaba por agravá-los. Relembre-se que muitos fundos de pensões privados foram resgatados a expensas dos contribuintes e do erário público. Assim sendo e apesar dos seus defeitos, o sistema público de pensões continua a ser o melhor e mais eficiente instrumento, na gestão do pagamento de pensões, ainda que existam necessidades de reforma que assegurem a sua sustentabilidade, como a extensão da idade da reforma ou o alargamento das suas fontes de financiamento.

João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim

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