Onde é que Corbyn foi buscar os seus votos e para onde foram os de May?

A grande maioria dos lugares em Westminster conquistados pelos trabalhistas foram tirados aos conservadores - incluindo no mais elitista dos bairros, Kensington/Chelsea. Os mais jovens votaram massivamente em Corbyn.

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LUSA/ANDY RAIN

No total, o Partido Conservador de Theresa May perdeu 12 lugares em Westminster enquanto o seu principal rival, Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista, conquistou 30. Mas de onde apareceram os votos no trabalhista e para onde deixou fugir May o seu eleitorado?

Há desde logo um dado inédito e, para muitos britânicos, chocante: o Labour venceu, pela primeira vez, a eleição em Kensington e Chelsea, provavelmente o distrito mais caro do Reino Unido e um dos mais caros do mundo, o centro da elite londrina.

É possível perceber que Corbyn aproveitou da melhor forma o mau desempenho da primeira-ministra. Só ao Partido Conservador, os trabalhistas conseguiram roubar 27 lugares. Já os conservadores ficaram com sete assentos do partido liderado por Corbyn, mas a grande maioria das suas conquistas vieram do escocês SNP.

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Se a análise for realizada a partir dos círculos eleitorais, os resultados aí registados confirmam a importância dos mais jovens nos resultados trabalhistas. Nas cidades universitárias, tais como Canterbury ou Warwick, a vitória foi de Corbyn. Como tipicamente acontece, as áreas mais pobres do país foram terreno fértil para os trabalhistas, onde Corbyn conseguiu manter a supremacia.

A única região onde os conservadores conseguiram retirar benefícios foi na Escócia, onde a afluência às urnas foi baixa comparativamente com o resto do Reino Unido, beneficiando também do fraco desempenho do SNP.

De referir ainda que, apesar da perda de deputados e do resultado decepcionante, os conservadores conseguiram aumentar a percentagem de votos relativamente às eleições de 2015, registando 42%, mais cinco pontos percentuais do que nas últimas legislativas.

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