Laços entre Qatar e Teerão incomodam vizinhos árabes

Governo dos Emirados acusa Irão de financiar grupos terroristas.

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O Qatar tem seguido uma política exterior independente Thomas White/REUTERS

O Qatar financia jihadistas e esse foi o principal motivo para o corte de relações diplomáticas dos países do Golfo com o Qatar, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos (EAU).

Na lista de queixas que motivou o corte inédito, anunciado segunda-feira pela Arábia Saudita, EAU, Iémen, Bahrein e Egipto, está também a televisão Al-Jazira, com sede no Qatar – os governos vizinhos consideram-na um meio de atacar os seus regimes, e jornalistas da estação já foram várias vezes expulsos, quando não presos.

“Esta litania de apoio subversivo e violações da lei é enorme, mas eu dirigia que o problema mais sério é ângulo do apoio ao extremismo e ao terrorismo”, afirmou à Reuters o ministro dos Negócios Estrangeiros do EAU, Anwar Gargash.

Outras retaliações contra o Qatar são possíveis, disse, e avisou o Irão xiita contra tentativas de exploração desta divisão sem procedentes nos países do Golfo, de maioria sunita.

O Qatar tem o maior reservatório de gás natural do mundo – que partilha com o Irão. O seu foco é gás, e não petróleo, ao contrário dos seus vizinhos, e tem mantido uma política exterior independente do país dominante do Conselho de Cooperação do Golfo, que é a Arábia Saudita. Estabeleceu ligações com o Irão, os EUA e, mais recentemente, com a Rússia. E atrai críticas por relações com grupos como o Hamas palestiniano e o Hezbollah libanês.

Como outras potências regionais, o Qatar envolveu-se na guerra na Síria – segundo o Financial Times, treinou, financiou e armou rebeldes no início do conflito. Em Abril passado, por exemplo, negociou com o Irão tréguas que permitiram retirar a população de quatro cidades sírias cercadas desde 2015 – duas pelo regime e duas pela oposição –, diz o site Al-Monitor.

 

 

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