Sarampo: número de casos confirmados sobe para 31

Região de Lisboa regista o maior número de casos. Do total nacional, metade ocorreu em pessoas que não estavam vacinadas contra a doença.

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Marco Duarte

O número de casos confirmados este ano de sarampo em Portugal subiu para 31, num total de 158 notificações, divulgou a Direção-Geral da Saúde (DGS). De acordo com a última actualização de dados disponível na página da Internet da DGS, mais de metade dos casos (61%) ocorreram em pessoas não vacinadas, 42% em profissionais de saúde e quase metade (45%) dos casos confirmados precisaram de internamento.

O boletim epidemiológico da DGS indica ainda que a região de Lisboa e Vale do Tejo é aquela que apresenta mais casos confirmados (22), 12 dos quais em pessoas não vacinadas, e um óbito. Oito dos 22 casos confirmados na Região de Lisboa e Vale do Tejo precisaram de internamento, mas todos os doentes já tiveram alta.

Na região do Algarve, a DGS registou sete casos confirmados de sarampo, cinco dos quais em não vacinados. Quatro dos casos ocorreram em crianças com idade inferior a um ano e todas as cinco pessoas que precisaram de internamento já tiveram alta.

A DGS registou ainda um caso, importado, na região Norte, de uma criança na faixa etária 1-4 anos que não estava vacinada, precisou de ser internada, mas já teve alta hospitalar. Na região do Alentejo foi também registado um caso importado, numa criança do grupo etário 5-9 anos que não estava vacinada.

No passado mês de Abril, depois da morte de uma jovem de 17 anos com sarampo, o Governo emitiu um despacho a obrigar as escolas a comunicarem aos delegados de saúde os casos de alunos que não tivessem as vacinas em dia, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação (PNV).

O objectivo de as escolas transmitirem esta informação aos delegados de saúde é, segundo o despacho, “promover o aconselhamento e esclarecimento adequados”, bem como sensibilizar as famílias para os benefícios da vacinação.

Já na semana passada, numa entrevista ao jornal PÚBLICO, o ministro da Saúde admitiu a hipótese de os pais terem de assinar durante as matrículas escolares um documento que funcionará como uma responsabilização moral para quem opta por não vacinar os filhos.

O ministro Adalberto Campos Fernandes garantiu no início deste mês não haver razões para “medidas de natureza restritiva ou punitiva” quanto à vacinação de crianças, defendendo antes “diálogo com os cidadãos”.

As vacinas do PNV, que são gratuitas, não são obrigatórias, mas geralmente as escolas, públicas e privadas, pedem o boletim vacinal dos alunos no ato da matrícula ou da inscrição. A vacinação é o meio de prevenção mais eficaz contra o sarampo, uma doença altamente contagiosa e que, ainda que geralmente tenha evolução benigna, pode gerar complicações graves e até levar à morte.

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