Centeno recusa aumentos de salários para funcionários públicos

O ministro das Finanças diz que a aposta é no descongelamento das carreiras e que essa progressão já vai significar um aumento de salários para os trabalhadores da administração pública.

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Reuters/RAFAEL MARCHANTE

A grande aposta do Governo para o próximo ano, assume Mário Centeno, é o descongelamento das carreiras dos funcionários públicos e isso já vai significar um aumento de salários para os trabalhadores do Estado. Em entrevista à Antena 1, o ministro das Finanças não só não garante aumentos nominais dos salários através de mexidas nas tabelas remuneratórias, como lembra que isso não está no programa do Governo. Contudo, essa tem sido uma das exigências dos partidos de esquerda que apoiam o executivo, os quais lembram que os funcionários não podem passar dez anos sem aumentos nos salários.

"Não temos prevista nenhuma actualização de tabelas. [O descongelamento] das carreiras são um processo absolutamente crucial para o sucesso da administração pública em Portugal. Uma organização da dimensão da administração pública não pode funcionar se não tiver incentivos aos seus trabalhadores associados à progressão nas carreiras. É essa a aposta em 2018", diz Centeno na entrevista

Quando questionado sobre aumentos salariais - o que implicaria uma mexida nas tabelas remuneratórias - Centeno diz que "as carreiras já são salários", dando a entender que o aumento salarial para os funcionários do Estado previsto para o próximo ano será feito pelo descongelamento progressivo das progressões na carreira. "Aquilo que em 2018 está no programa do Governo e no Programa de Estabilidade é o início do descongelamento de carreiras", insistiu na mesma entrevista.

Ainda na conversa com a Antena 1, Mário Centeno refere que ainda não desenhou nem negociou a alteração dos escalões do IRS, mas que "não está no programa do Governo" voltar aos oito escalões que existiam antes do aumento de impostos em 2013. Actualmente existem cinco, o PCP propõe dez, o ministro diz agora que nem chegará aos oito.

Estes serão dois assuntos-chave na negociação com os dois partidos da esquerda para o Orçamento do Estado para o próximo ano.

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