Ex-líderes dizem que Passos está sem discurso

Pedro Santana Lopes, Manuela Ferreira Leite e Luís Marques Mendes têm criticado Passos Coelho.

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Marques Mendes e Ferreira Leite não têm-se distanciado de Passos Coelho NFS - Nuno Ferreira Santos

Três ex-líderes do PSD – Pedro Santana Lopes, Luís Marques Mendes e Manuela Ferreira Leite - apontam o dedo a Passos Coelho por ter insistido numa perspectiva pessimista da economia. Com a melhoria dos resultados económicos, os três concluem que o líder social-democrata está sem discurso.

Pedro Santana Lopes, ex-primeiro-ministro, é mais uma voz que se juntou a Manuela Ferreira Leite e a Luís Marques Mendes nas críticas ao tom negativista do discurso de Passos Coelho. O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa escreveu, esta quinta-feira no Jornal de Negócios, que se têm “solidificado todos os cenários optimistas e mesmo meta-optimistas sobre a evolução da economia portuguesa” e que, perante tal quadro, “já não é uma questão de sugestão ou de adequação de discurso”. “Trata-se mesmo de uma obrigação de qualquer líder político, intervir, apresentar propostas, falar do presente e do futuro à luz da época nova que Portugal, a Europa e o mundo vivem, quer no plano económico, quer no plano político. Agora, se houver crise, será para todos, já não é só uma questão portuguesa”, escreveu Santana Lopes.

Manuela Ferreira Leite, líder que antecedeu a Passos Coelho à frente do partido, considerou que o “erro” do PSD foi “não ter perspectivado que isto só poderia melhorar, não poderia piorar”. No seu comentário na TVI, na passada semana, a propósito dos números do INE que apontam para um crescimento de 2,8%, a ex-ministra das Finanças criticou Passos Coelho por se ter associado a “uma perspectiva pessimista” e ter considerado que “só havia uma solução e que ao ser abandonada essa solução isto ia tudo por água abaixo". Agora, prosseguiu, "é difícil agora mudar de discurso e ao ser difícil mudar de discurso fica-se sem discurso". Outro comentador político, Marques Mendes que também já liderou o PSD, apontou como uma “tonteria” o discurso de que vinha aí o Diabo. “Era, obviamente, uma orientação política errada”, criticou no seu espaço semanal da SIC. S.R.

 

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