Cartas ao director

A CGD, Almeida e o Parlamento

Paulo Macedo, presidente da Caixa, que já tinha dito que não pedissem à CGD para estar onde outros não querem estar, não vai mudar a sua decisão já executada do fecho da dependência de Almeida. Qualquer um dos 1300 habitantes desta vila do distrito da Guarda e dos 7200 do município diriam, tal como a senhora do Parlamento onde existe uma dependência para cerca de 1000 pessoas, que a dependência da CGD dá muito jeito. Todavia, nem todos têm a mesma sorte e a igualdade de direitos, mesmo quando se trata de um serviço público, não é, lamentavelmente, uma realidade ao longo de todo o território nacional.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

Ajuda-Belém

No coração da área cultural Ajuda-Belém, o Jardim Botânico Tropical, com os seus pavilhões decrépitos, lembra-me, por contraste, o Parque Botânico de Inhotim, em Minas Gerais, cujos pavilhões albergam um dos mais relevantes acervos de arte contemporânea. Antiga Quinta do Meio, comprada por D. João V aos Condes da Calheta, guarda ainda memórias pombalinas, que aí teve a sua Secretaria de Estado da Guerra e dos Estrangeiros, onde o Távora foi torturado. No meio daquele espectacular cenário botânico, os pavilhões valorizariam as colecções que fossem expostas, e lembro-me das colecções dos bancos, nomeadamente do BES. Seria preciso substituir a tutela burocrática por uma pró-activa e com algum fundo de maneio. É urgente acudir ao património como primeira prioridade da Cultura.

A. Carvalho, Lisboa

Perdão fiscal

Como estratégia para potenciar o aumento da receita fiscal, o cumprimento de determinados requisitos fez com que o Governo colocasse em prática o chamado perdão fiscal para os grandes contribuintes, o que permitiu contribuir para um saldo mais positivo nas contas públicas em Portugal. Nós, na realidade, temos maior facilidade em ser cumpridores quando nos é dada a possibilidade de honrarmos os nossos compromissos, mas quando, ao mesmo tempo, vivemos num país onde é difícil perceber para onde são canalizadas as verbas que são fruto das nossas obrigações fiscais, sabemos que as mesmas deveriam ter o efeito de melhorar os serviços prestados aos cidadãos, e em muitos casos não é isso que acontece. Poderíamos então perguntar qual a razão por que as empresas que supostamente têm maior capacidade financeira usufruem destas facilidades ou benesses, e os cidadãos que se debatem com maiores dificuldades financeiras não são beneficiados com a mesma prerrogativa? (...) É uma forma pouco digna de tratar os mesmos, fazendo com que o perdão fiscal seja apenas um termo de beleza governativa.

Américo Lourenço, Sines

 

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