Ronaldo pode vir a ser alvo de processo por fraude fiscal em Espanha

Jornal espanhol El Confidencial avança que o Fisco espanhol estará a ultimar uma denúncia a apresentar ao Ministério Público.

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O jogador terá desviado milhões de euros em direitos de imagem Reuters/SERGIO PEREZ

O fisco espanhol estará a ultimar uma acusação contra Cristiano Ronaldo por fraude fiscal, avança o El Confidencial. De acordo com o jornal espanhol, o processo deverá concluído “em breve”, uma vez que o prazo termina no próximo dia 30 de Junho.

Cristiano Ronaldo é suspeito de ter utilizado durante vários anos uma empresa irlandesa, a Multisports & Image Management (MIM) Limited, para explorar os seus direitos de imagem. Falcao, Fábio Coentrão, Di María e Ricardo Carvalho terão usado a mesma empresa.

De acordo com a investigação Football Leaks, divulgada pelo jornal El Mundo, Cristiano Ronaldo desviou 150 milhões de euros da autoridade tributária espanhola dos seus direitos de imagem através de paraísos fiscais, pagando apenas cerca de 4% de impostos do total.

O jogador português entregou à Autoridade Tributária espanhola todos os seus contratos, de forma a colaborar com a investigação. A entrega dos documentos, sublinha a defesa de Ronaldo, foi voluntária. Argumenta a mesma defesa que avançado aplicou em Espanha "os mesmos critérios que utilizava no Reino Unido, de acordo com a Autoridade Tributária britânica, que nunca foram discrepantes. A razão pela qual aplicava estes critérios era porque, em Espanha, não existia, até então, critérios definidos", lê-se no excerto partilhado pelo El Cofidencial. "Agora o fisco espanhol considera que [Ronaldo] deve pagar por todas as suas receitas, mas [Cristiano] nunca teve o objectivo de defraudar", vinca, argumentando que os contratos do jogador "foram apresentados de forma voluntária em nome de uma maior transparência e em busca de razão e consenso na aplicação dos critérios com o objectivo de encontrar um entendimento satisfatório para ambas as partes".

Caberá ao Ministério Público espanhol acusar ou não Cristiano Ronaldo de evasão ou fraude fiscal, um crime punível com pena de prisão.

Os membros do consórcio European Investigative Collaborations (EIC) noticiaram que Cristiano Ronaldo terá deixado de pagar milhões de euros em impostos através de uma sociedade nas Ilhas Virgens, a Tollin Associates, que cedia os seus direitos à empresa irlandesa.

Entre os contratos de Ronaldo estão campanhas publicitárias para a Nike, a Unilever, a Konami (responsável pelo jogo Pro Evolution Soccer), a Toyota e a cadeia alimentar Kentucky Fried Chicken (KFC). A empresa Multisports & Image Management (MIM) Limited já havia estabelecido ligações com o antigo Banco Espírito Santo, escreve o mesmo jornal.

Em Dezembro de 2016, o porta-voz do jogador defendeu que Ronaldo “está a par de todas as suas obrigações fiscais desde o início da sua carreira, como a autoridade tributária espanhola pode comprovar, bem como qualquer dos países onde tenha morado”. O Real Madrid pediu “respeito” para o número sete.

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