Deputados chumbam voto de condenação sobre repressão de activistas angolanos

PCP fez declaração de voto em que critica as "acções que pretendem premeditadamente perturbar" e "deslegitimar" o processo das eleições

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MANUEL DE ALMEIDA

O parlamento chumbou um voto de condenação apresentado pelo Bloco de Esquerda (BE), da "repressão de activistas" em luta "pela democracia em Angola" numa manifestação em Abril em Cacuaco, na periferia de Luanda.

O texto mereceu votos a favor do BE, do deputado do PAN e de 12 deputados do PS, incluindo João Soares, Isabel Moreira, Pedro Bacelar Vasconcelos ou Paulo Trigo Pereira, e com restante bancada do PS a juntar-se a PSD, CDS e PCP nos votos contra.

O Partido Ecologista Os Verdes absteve-se, tal como dois parlamentares do CDS: João Almeida e Ana Rita Bessa.
No texto, o Bloco pedia que a Assembleia da República condenasse a "perseguição sistemática aos ativistas cívicos em Angola, a repressão e a violência sobre as manifestações e o desrespeito pelos princípios da liberdade e da democracia".

O PCP votou contra e numa declaração de voto assinalou a sua "defesa do direito de opinião e manifestação" mas não acompanhando "acções que pretendem premeditadamente perturbar, colocar em causa e, se possível, deslegitimar o normal desenvolvimento das eleições gerais em Angola".

Sete activistas foram condenados por um tribunal de Luanda a penas de 45 dias de prisão efetiva, por resistência às autoridades, ao tentarem manifestar-se contra alegadas irregularidades no processo de registo eleitoral, que antecede as eleições gerais de agosto.

A informação foi confirmada à Lusa em 20 de abril pelo secretário-geral do autodenominado Conselho Nacional dos Ativistas de Angola, António Kissanda, dando conta de que os sete jovens, com idades entre os 25 e os 35 anos, foram condenados em processo sumário, pelo tribunal do Cacuaco. A manifestação, em que exigiam ainda transparência na governação, a terceira do género promovida pelos mesmos elementos daquela organização, aconteceu em 16 de Abril.

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