PSD de Matosinhos deixa cair Joaquim Jorge e decisão segue para a distrital

Concelhia pode apresentar novo nome, mas, se optar por não o fazer, distrital resolve processo autárquico nos próximos dias.

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O nome de Joaquim Jorge foi submetido a cinco votações Fernando Veludo/NFACTOS

O plenário de militantes do PSD chumbou o nome do independente Joaquim Jorge para liderar a lista social-democrata à presidência da Câmara de Matosinhos nas eleições autárquicas de 1 de Outubro.

A votação foi feita durante o plenário de militantes da concelhia nesta quinta-feira à noite, em Matosinhos, e o resultado, de acordo com fontes sociais-democratas, foi: 57 votos contra e 26 a favor.

Escolhido pelo presidente da concelhia do PSD de Matosinhos, José António Barbosa, o nome de Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores, nunca foi bem aceite por alguns sectores do PSD e isso pode ajudar a explicar que o seu nome tenha sido alvo de várias votações em sede de concelhia.

Chumbado o candidato, o PSD tem agora de encontrar um novo rosto para liderar a lista do partido a Matosinhos, um concelho que foi sempre muito difícil para os sociais-democratas que nunca conseguir derrotar o PS em eleições autárquicas. Em 2013, o PSD teve o pior resultado de sempre: 9,31% (6869 votos). Pedro da Vinha Costa, próximo de Marques Mendes, de quem foi chefe de gabinete no partido, foi o candidato que o partido escolheu para disputar as eleições.

Matosinhos é o único concelho do distrito do Porto que o PSD ainda não encerrou em termos autárquicos. Se a concelhia de Matosinhos se recusar a encontra um novo nome para liderar a candidatura à câmara, o processo passa para a alçada da distrital que tentará encontrar um nome num curto espaço de tempo.

Em cima da mesa chegaram a estar alguns nomes: César Ferreira, vice-presidente da concelhia do PSD de Matosinhos, que se chegou a disponibilizar para ser candidato, e Alberto Santos, que foi presidente da Câmara de Penafiel e do Conselho de Administração da Associação de Municípios do Vale do Sousa.

No início do processo de escolha do candidato para as autárquicas de 1 de Outubro, Virgílio Macedo, ex-presidente da distrital do PSD-Porto, foi apontado internamente como uma solução para Matosinhos, mas o deputado não terá mostrado vontade em ir a votos. Nos últimos dias, o nome que circulou insistentemente foi o do actual vice-presidente do PSD e actual deputado, Marco António Costa, mas o ex-líder da distrital portuense negou qualquer disponibilidade para entrar no combate autárquico.

“Durão Barroso não foi maoísta?”

Em declarações ao PÚBLICO, Joaquim Jorge refere-se ao processo de escolha do candidato a Matosinhos como uma “telenovela negra” da qual fazem parte alguns “velhos do Restelo” que “mandam no partido” e que nunca aceitaram o seu nome. “Fui utilizado numa luta interna que existe na concelhia”, declara, criticando aqueles que o conotam com o PS. “Dizem que eu sou do PS e que por isso não posso ser candidato pelo PSD. Isso são argumentos?”, questiona, atirando com o exemplo de um antigo presidente do partido: ”Durão Barroso não foi maoista e depois não foi líder do PSD?”

“Acho que há uma tentativa de má-fé de denegrirem a minha imagem”, diz, recordando que o seu “nome foi votado cinco vezes e quando tudo parecia estar resolvido, a distrital questionou a quarta votação por não ter sido por voto secreto mas por voto presencial com voto de qualidade do presidente da concelhia”. A quinta votação foi por voto secreto e por maioria.

Quanto à votação do plenário de militantes que rejeitou o seu nome, Joaquim Jorge desvaloriza a decisão, sustentando que “não passa de uma mera indicação”.

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