Selminho: Pizarro diz que “é imperioso proteger o interesse público"

Vereador socialista garante que nada sabia sobre a questão do terreno da imobiliária do presidente da câmara.

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Manuel Pizarro dizia até à semana passada que "não havia nenhum caso Selminho" Diogo Baptista

Manuel Pizarro, até há poucos dias o braço direito de Rui Moreira no executivo portuense, declarou esta quinta-feira que, a confirmar-se que o terreno da empresa Selminho, a imobiliária da família do presidente da autarquia, é municipal, “é imperioso que os serviços da câmara municipal façam tudo o que estiver ao seu alcance para garantirem a protecção do interesse público da cidade”.

“Temos de aguardar que rapidamente os serviços municipais, quer do património, quer dos serviços jurídicos, expliquem qual é a posição que a câmara deve adoptar”, defende o vereador e candidato do PS à presidência da Câmara do Porto, para quem é “imperioso que os serviços municipais acautelem protecção do interesse público da cidade”.

Pizarro diz que a notícia avançada na edição desta quinta-feria do PÚBLICO, segundo a qual "uma parcela de 1621 metros quadrados que integra a área apresentada para construção pela Selminho" é afinal municipal, o fez mudar de opinião relativamente a este caso, que envolve directamente o presidente da Câmara do Porto. A Selminho é uma empresa de que Rui Moreira e seus familiares são sócios. O facto de uma parcela ser do domínio municipal, significa que o projecto da Selminho  "não admite a atribuição de direitos de construção" à empresa, de acordo com informações dos próprios serviços da autarquia.

Negando conhecer qualquer informação relativamente à notícia do PÚBLICO, Manuel Pizarro diz tratar-se de “uma questão substancialmente diferente da que estava antes em debate” e a “confirmar-se [que o terreno é municipal] – reitera – a câmara tem de proceder de forma a proteger o interesse público da cidade”.

“O que antes estava em debate era um conflito entre a câmara e uma empresa privada sobre direitos de construção num determinado terreno, e conflitos desses tipo existem muitos na câmara. Eu estava de acordo com a estratégia que foi adoptada para tratar desse conflito, mas esta situação que o PÚBLICO revela é uma situação completamente diferente porque está em causa a própria propriedade do terreno que poderá, afinal, ser um terreno municipal e não apenas um terreno de uma empresa privada”, destacou o candidato do PS às autárquicas de 1 de Outubro.

A notícia, assegura Pizarro, não vai mudar o rumo da sua campanha, mas muda a posição que tem assumido sobre este caso. “Eu afirmei que não vou fazer uma campanha de casos, sou um homem que só tem uma cara, o que significa que é isso mesmo que vou fazer: uma campanha baseada nas minhas propostas para o Porto e não na discussão dos diferentes casos”.

Embora exclua o tema da campanha, Pizarro diz que acompanha o caso com atenção. Garante que desconhecia a informação divulgada pelo PÚBLICO. "Não sabia, era uma informação que eu desconhecia”.

Numa entrevista ao semanário Expresso, Manuel Pizarro quando questionado sobre o caso da empresa imobiliária da família de Rui Moreira, insistiu que “não existia nenhum caso Selminho”.

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