Google comemora a descoberta do computador mais antigo da história

Doodle do Google relembra que o computador mais antigo da história, o Mecanismo de Anticítera, é grego e tem mais de dois mil anos.

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Um fragmento do mecanismo CC-BY: Marsyas

Um bocado de bronze enferrujado encontrado há 115 anos entre os artefactos recuperados anos antes num navio romano naufragado é, na verdade, o computador mais antigo da história: esteve submerso mais de dois mil anos na costa da ilha grega de Anticítera. No aniversário da sua descoberta pelo arqueólogo grego Valerios Stais, o Google relembra a sua existência com um doodle, ou seja, uma variação do logótipo, que a empresa usa frequentemente para assinalar datas especiais.

O aparelho é capaz de apresentar informação sobre a posição da Lua, do Sol e de outros astros, a partir de informação inserida através de engrenagens. Apesar de primitivo, é descrito por vários cientistas como um computador porque é capaz de tratar informação e apresentar resultados sobre a mesma.

“É o instrumento científico mais complexo que se conhece da antiguidade”, escreve John Kontos, um professor de inteligência artificial da Universidade de Atenas. “A natureza digital do mecanismo vem do facto óbvio de que as computações são feitas utilizando as engrenagens com dentes. Também é impressionante que exista uma espécie de ‘manual’ inscrito no próprio aparelho.”

A importância do pedaço de metal da antiguidade só começou a chegar à tona na década de 70, com análises de radiografia que revelaram que o aparelho – conhecido actualmente como Mecanismo de Anticítera – era uma máquina complexa com pelo menos 30 engrenagens interligadas. Terá sido criado por cientistas entre 100 e 150 a.C. para prever eclipses solares e lunares, e marcar a passagem do tempo até alguns eventos como os antigos Jogos Olímpicos.

Existem várias réplicas que simulam como o modelo funcionaria, e os arqueólogos e cientistas mantêm a esperança em encontrar outras peças do aparelho original.

 “O Mecanismo de Anticítera é um testemunho do extraordinário poder tecnológico da Grécia Antiga, que se perdeu com o Império Romano”, diz Mike Edmunds, professor de Astrofísica na Universidade de Cardiff, no País de Gales, no relatório sobre uma reconstrução do dispositivo, que este académico coordenou em 2006.

O mecanismo original está actualmente no Museu Nacional de Arqueologia, em Atenas. 

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