Doentes preocupados com atrasos nas consultas e cirurgias de obesidade

Alerta é feito pelo presidente da Associação de Doentes Obesos e Ex-Obesos de Portugal.

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Segundo a Adexo, há cada vez menos hospitais a operar obesos Miguel Manso

Os hospitais estão a abrir muito poucas vagas para atender novos doentes nas consultas de obesidade e a lista de espera para cirurgia continua a ser demasiado longa. O alerta é feito pelo presidente da Associação de Doentes Obesos e Ex-Obesos de Portugal (Adexo), Carlos Oliveira, que vai transmitir esta preocupação durante o Congresso Europeu de Obesidade, que começa nesta quarta-feira no Porto e se prolonga até sábado.

Carlos Oliveira lembra que chegámos a ter 19 hospitais públicos com capacidade para tratar os casos mais graves de obesidade, “mas hoje esse valor está reduzido a oito públicos e a fazer muito pouco”. O representante da Adexo está preocupado com as consequências que o atraso tem para doentes graves e com outras doenças associadas, como diabetes.

“Estamos a falar de obesidade mórbida, em que as pessoas já têm uma série de outras doenças associadas e em que já estão em risco de vida. Muitos têm ficado pelo caminho”, alertou, durante um seminário para jornalistas que decorreu em Lisboa, na terça-feira, com o apoio da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, e onde foram apresentados alguns dados sobre o impacto desta doença em Portugal e no mundo e os tratamentos actualmente disponíveis.

O presidente da Adexo frisou que a espera por uma consulta pode ultrapassar um ou dois anos e que uma cirurgia pode chegar aos três anos. Ao mesmo tempo, criticou a falta de aposta na prevenção dos casos de obesidade. “Estamos a criar uma geração de crianças que pode morrer antes dos pais. A obesidade mata e reduz a qualidade de vida.”

Por isso, no congresso no Porto, a Adexo vai também dinamizar algumas actividades destinadas às famílias e às crianças, como um Jogo da Glória que ajuda a passar a mensagem sobre a importância da escolha de alimentos variados e saudáveis.

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