“Se a escola fosse um animal, deveria ser um pássaro”

Alunos do ensino secundário de vários países debateram nesta terça-feira em Lisboa o que esperam da escola e do ensino.

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Daniel Rocha
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Se a escola fosse uma cor deveria ser branco porque é lá que todas as cores se misturam e, por isso, todas as diferenças. E se fosse um animal teria de ser um pássaro porque é preciso aprender a voar.  À mesa estão sentados oito alunos, seis portugueses, um do Cazaquistão e outra do Japão. E estas são duas das imagens que provocam consenso sobre o que a escola deveria ser.

Aconteceu nesta terça-feira, no lançamento internacional da iniciativa a que o Ministério da Educação chamou “A Voz dos Alunos” e que foi agora apadrinhada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que entre terça e quinta-feira reúne em Lisboa uma série de peritos para discutir os currículos do futuro no âmbito do programa Educação 2030.   

A sessão de abertura foi ocupada por 18 alunos, a maioria dos quais portugueses, mas, para além dos países já citados, contou também com uma estudante dos EUA. Fizeram o que dezenas de alunos do 1.º ciclo ao secundário tinham feito em Leiria, em Novembro passado: discutir o que esperam da escola e do ensino para propor mudanças. Para a OCDE, a “Voz dos Alunos” é um exemplo que deve ser replicado noutros países, já que continua a ser raro que estes sejam ouvido no âmbito da definição das políticas de educação, segundo indicou ao PÚBLICO o director do Departamento de Educação da organização, Andreas Schleicher.

Sentado à mesa, com o grupo de alunos que apresentou a imagem de um pássaro como símbolo do que deveria ser escola, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, questiona-os: “Já estão aptos a voar?” A resposta é negativa.

E que características deve ter um professor? Leonor, da secundária Rainha D. Amélia, em Lisboa, tem a resposta pronta: “Alguém que se importe connosco, que nos dê opções.”

Ao fim de duas horas de debate apresentarão as conclusões a que chegaram. Por exemplo, que o ensino deve fomentar a capacidade de aprender, que deve estar mais ligado à vida real seja quais forem as disciplinas, que os programas não podem ser tão longos e os conteúdos têm de ter também em conta os interesses e as escolhas já feitas pelos estudantes. “Sou de Humanidade e em Geografia continuo a aprender coisas como a chuva e as nuvens, mas nada sobre a União Europeia”, exemplifica Leonor.

Todos concordam ainda na importância de reforçar competências como a comunicação: “Temos de saber explicar o que pensamos e saber defender as nossas ideias”, justifica Tomás, também da secundária Rainha D. Amélia.

Armanzhan veio do Cazaquistão, Sophia dos Estados Unidos. No final da sessão realçam o que os uniu a todos: “Nunca imaginei que fossemos tão semelhantes”, resume Sophie ao PÚBLICO.

Do encontro, Armanzhan dirá também isto: “Os estudantes têm de ser ouvidos. Esta é uma mensagem para o mundo: se querem melhores sistemas educativos a nossa voz tem de contar.”

Tiago Brandão Rodrigues afirmou que assim será em Portugal, no âmbito da experiência de flexibilização pedagógica que está a ser preparada e não só.  

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