Donald Trump começou o seu dia com uma série de tweets furiosos e avisou o ex-director do FBI James Comey sobre eventuais fugas de informação para a imprensa.

"É melhor que James Comey se certifique de que não existem 'gravações' das nossas conversas antes de começar a passar informações para a imprensa", escreveu Donald Trump, horas depois de o jornal The New York Times ter escrito que o Presidente dos EUA, numa reunião em Janeiro, pediu lealdade ao então director do FBI, ao que Comey terá respondido que seria "honesto".

Não fica claro se essas gravações realmente existem ou se foi apenas uma frase intimidatória do Presidente dos EUA.

Voltando a fazer acusações à actuação da imprensa, Trump reagiu às notícias que têm dado conta de incoerências nas explicações da sua Administração sobre os motivos que levaram à demissão de James Comey. O director do FBI foi despedido na terça-feira. 

"Como Presidente muito activo, com muitas coisas a acontecer, não é possível aos meus assessores actuarem com uma precisão perfeita", escreveu Trump, deixando no ar a hipótese de acabar com os briefings.

"Talvez o melhor seja cancelar todos os futuros briefings com os media e dar apenas respostas por escrito em nome do rigor", escreveu ainda o Presidente norte-americano.

O despedimento do director do FBI - algo que só tinha acontecido uma vez na História dos Estados Unidos, com Bill Clinton -, aconteceu um dia antes de Trump receber na Casa Branca o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, um momento também partilhado na conta de Twitter de Trump.

O despedimento de Comey gerou várias reacções, quer do lado dos democratas, quer mesmo do lado dos republicanos, e multiplicaram-se as comparações com o caso Watergate. À data, o então Presidente Richard Nixon afastou um dos responsáveis pela condução da investigação de que era alvo e que levou à sua renúncia ao cargo.