CGD reforça abertura para instalar área automática na Câmara de Almeida

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) continua disponível para instalar uma área automática na sede da Câmara de Almeida, com o apoio temporário de trabalhadores do banco, depois de na terça-feira ter recusado receber o presidente do município.

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LUSA/MIGUEL PEREIRA DA SILVA

Na terça-feira, habitantes de Almeida ocuparam pacificamente o balcão da CGD no concelho, em protesto contra o fecho daquele espaço, o que levou a administração do banco público a cancelar a reunião marcada, em Lisboa, com o presidente daquele município.

"Não obstante, e apesar de sermos totalmente alheios a eventuais interesses políticos e/ou eleitorais, [...] manifestamos o nosso maior interesse em manter os serviços bancários na localidade de Almeida em concorrência com a Caixa Agrícola (CCMA), nos moldes acordados com as partes", afirma o administrador executivo da CGD, José João Guilherme, numa carta ao presidente da Câmara de Almeida, António Baptista Ribeiro (PSD), datada de quarta-feira e a que a agência Lusa teve hoje acesso.

Desta forma, e segundo a carta, o banco público mantém a disponibilidade de avançar com a instalação de uma área automática na sede da Câmara Municipal, ou outro local a acordar com as partes, uma possibilidade que já tinha sido proposta ao presidente do município em 18 de Abril.

José João Guilherme afirma que esta solução (uma caixa multibanco da CGD, que permite a utilização de cadernetas) "seria complementada com o apoio temporário dos trabalhadores da Caixa "em determinados dias e horário previamente estabelecido - com o objectivo de esclarecer dúvidas e apoiar na utilização dos serviços de 'self-banking' e atendimento telefónico à distância".

O administrador da CGD salienta que foi acordado com o autarca de Almeida a "deslocação diária, por um período transitório (entre três a seis meses), de colaboradores da Caixa, com o objectivo de, esclarecer dúvidas; apoiar os clientes na utilização do parque de máquinas; apoiar os clientes na adesão a produtos de movimentação e de contacto com o banco, nomeadamente cartões de débito e ‘homebanking’ ('Caixadirecta')".

Além disso, o administrador da CGD admite ainda a manutenção temporária "da área automática da Agência de Almeida" (nas actuais instalações da CGD) e acrescenta que a solução do 'Banco Móvel' (uma carrinha) está "em desenvolvimento".

O balcão de Almeida é um dos 61 que a CGD pretende encerrar no âmbito do Plano Estratégico da Caixa e decorre, explica o administrador na missiva, da "recorrente geração de prejuízos associada à operação, do recorrente decréscimo da actividade e do elevado número de transacções susceptíveis de serem feitas em ATS/Caixas Automáticas".

Com o fecho do balcão de Almeida, os habitantes terão de se deslocar a Vilar Formoso, que dista cerca de 15 quilómetros da sede de concelho - o que tem motivado o protesto da população.

O administrador José João Guilherme enviou também, na quarta-feira, uma carta ao vice-presidente do município, Alberto Morgado, que na terça-feira deu "mais um dia" à CGD para repensar o encerramento do balcão no concelho.

"Vimos por este meio reiterar que tais métodos configuram uma forma de pressão, não legítima e imprópria de um Estado de direito", afirma o responsável da CGD.

José João Guilherme "mantém, de boa-fé, o compromisso assumido, alheio a motivações políticas, mantendo-se disponível para a realização da reunião, tendo em vista alcançar as melhores soluções para a continuação da prestação do serviço bancário aos seus clientes".

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