May promete ser uma "bloody difficult woman" para Juncker

Declarações da primeira-ministra britânica surgem na sequência das notícias que deram conta de que o seu encontro com o presidente da Comissão Europeia, em Londres, não correu bem.

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Reuters/ANDREW YATES

A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou esta terça-feira que será uma "bloody difficult woman" (“uma mulher difícil como o raio”, numa tradução livre) nas negociações sobre o "Brexit". Estas declarações, proferidas durante uma entrevista à BBC, surgem na sequência de relatos sobre o alegado carácter "desastroso" do jantar entre a chefe de Governo britânica e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em Londres.

Na passada quarta-feira, 26 de Abril, Theresa May e Jean-Claude Juncker encontraram-se em Londres e, ao jantar,  discutiram as linhas orientadoras das negociações sobre o “Brexit", que foram aprovadas neste sábado. Como correu? O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) — numa notícia publicada nesta segunda-feira – fala de um “desastroso jantar do 'Brexit'”. No final, Juncker terá dito que saía "dez vezes mais céptico do que estava antes".

Theresa May reagiu ao relato deste jantar, afirmando que o encontro foi “construtivo”. A primeira-ministra britânica considerou que o relato sombrio do jornal alemão não passava de "mexericos de Bruxelas". “Basta olhar para aquilo que a própria Comissão Europeia disse, depois do jantar: as conversações foram construtivas”, sublinhou.

Agora, em entrevista à BBC, e questionada se pensa que a sua abordagem em relação às negociações sobre o “Brexit” é realista, May respondeu: “O que nós vimos recentemente é que por vezes estas negociações vão ser duras”. “Durante a campanha para a liderança do Partido Conservador fui descrita por um dos meus colegas como uma bloody difficult woman. E eu disse na altura que a próxima pessoa a descobrir isso seria Jean-Claude Juncker."

Para garantir que consegue concretizar o "Brexit" nas condições em que deseja, a primeira-ministra britânica anunciou, em meados de Abril, que vai antecipar as eleições legislativas para 8 de Junho – três anos antes do que o previsto – para reforçar a estabilidade do país na altura em que o Reino Unido se prepara para sair da União Europeia.

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